Estados Unidos - Parques

Rodando pelos Estados Unidos

Um dos maiores desafios quando nos lançamos a rodar por um outro país com outra lingua e cultura, com certeza é a adaptação. Saber o que e como comprar, abastecer... e descobrimos que quando não dominamos a língua, coisas básicas como comprar comida, comprar um remédio na farmácia e abastecer o carro se tornam complicadas.

O controle dos medicamentos e bebidas aqui nos EUA é rigoroso. Para comprar meus remédios de uso contínuo, precisei fazer uma consulta num médico aqui, pois as receitas nossas não tem validade. Para comprar uma garrafa de vinho e passar no Self-service, também precisa autorização para passar. E entender essas máquinas também é outro desafio! Abastecer é outra novela pois, temos várias formas de pagamento, e temos sempre que tentar para ver qual aceita, mas um ou outro cartão sempre dá certo! 

Rodando pelas maravilhosas rodovias norte americanas, procuramos um RV Park para passarmos a noite e encontramos um em Sunset – TX chamado Campers Paradise RV. Meio caro para nossas contas. Precisamos começar a encontrar free campsites! 

Após nossa rotina matinal, enquanto a Jane arrumava o carro eu fui orar, ler e louvar a Deus ao sol. Um tempo de entrega a Deus e pedido de direção, além de sabedoria e coragem. Esses tem sido meus pedidos.

Saímos e rodando fomos conhecendo a belíssima estrutura das estradas do Texas, posso andar a 75mph, o que corresponde a 120 km/h. E descobrimos que por aqui o povo não respeita muito também, sempre estão andando um pouco acima. Não existe lombada ou radar, não vimos nenhum acidente, todos andam na pista da direita e só utilizam a esquerda para ultrapassar. Quando se chega próximo a uma cidade, tem placas dizendo reduza agora sua velocidade, depois vem placas de 70, 60, 55, 45 e 35 após passar vai aumentando até 75mph novamente. Além das opções dos RV Parks, tem Pic-nic Area, para descanso e Rest Area, onde se pode parar e passar a noite. Descobrimos também RV Parks de graça, alguns com água e energia (por uma noite).

Nesta noite dividimos o lugar no Texhoma Park aka Dumas City Park,  na cidade de Dumas – TX,  com um grande RV e uma kombi Califórnia com uma mulher e seu cão. O destaque da noite foi os diversos trens que passam por ali. Mas, fora isso, foi uma noite bem tranquila.

New Mexico

Pela manhã, a Jane foi falar com a mulher da kombi. Whitney, mora no Colorado e está viajando para Oklaroma. Ela nos deu várias dicas de 

viajem, o que nos ajudou bastante. Decidimos não ir ao norte do Colorado, devido ao frio que está chegando rápido este ano, e resolvemos fazer a parte sul do Colorado pela rodovia 160. Nos despedimos e seguimos viagem.

Dirigimos e fomos parando para fotos apreciando a viagem. O caminho passando por parte do New México foi um tanto chata pela mesmice da paisagem desértica, que é bem diferente da paisagem do Chile ou Peru, mas cansativa. Paramos em uma Rest Area para comer algo e nesta parada algumas coisas aconteceram:

- A curiosa foi as placas dizendo: “cuidado com as cobras”.

Logo a frente, vimos uma montanha que nos pareceu ser um vulcão. Estávamos certos, e estava dentro de um Park com um ótimo acesso. Nos países da América central e do sul, para se chegar a um vulcão melhor você ter um 4x4, mas aqui as estradas são muito boas!

O Vulcão é o Capulin, está ao norte do New México, e é possível acessar sua cratera que está a 2400 m.s.n.m, facilmente de carro e depois com uma rápida caminhada!

Walsenburg- Colorado

Logo que entramos no Colorado e a paisagem começou a mudar, com montanhas, e árvores, e resolvemos passar a noite no Lathrop State Park, na cidade pequena, mas simpática de Walsenburg. Um lugar de fácil acesso no início da rodovia estadual 160, agora já no Colorado. Lagoas, campo de golf, área para camping e RV com energia, dump station, água e animais silvestres e selvagens soltos que vivem por ali. Um visual da cordilheira nevada maravilhoso e um pôr do sol indescritível.

Nós sabíamos que iria ficar frio á noite, e nos preparamos com nosso aquecedor para manter tudo bem aquecido. A Jane preparou tacos e conversamos e discutimos rotas. O frio é nosso maior problema, até porque eu que nunca liguei muito para isso, tem me incomodado muito. A Janeh que sempre reclamava de frio em Curitiba, pois nosso apartamento era gelado, e até em Blumenau ela sentia frio, não sente tanto o frio americano. Mas eu tenho sentido muito as pernas.

Cruzando as montanhas do Colorado - Mesa verde

Decidimos voltar a sair cedo como vínhamos fazendo na América Central, pois, como anoitece muito cedo, o dia rende mais e chegamos cedo para achar um lugar para dormir. Saímos às 8 horas para poder parar até as 16h. Saímos em direção a Durango, e fomos montanha acima, pois já estávamos em 2000 m.s.n.m em Wasenburg, subimos e a vista foi ficando maravilhosa como sempre é nas montanhas. Cores, vegetação diversas e picos nevados. A temperatura foi caindo, mas tudo bem. Seguimos e passamos por um planalto que às dez da manhã ainda marcava 4 graus.

Depois melhorou um pouco, e começamos a subir mais, chegando a 3400 m.s.n.m, passamos próximo a uma estação de esqui que estava lotada, por ser sábado eu creio. Um visual maravilhoso, quase tudo branco nas montanhas, foi incrível, pois nunca tínhamos passado por um lugar assim!

Durango é pequena, está em um vale com montanhas rochosas e é movimentada para o seu porte. Fomos a um parque central onde pessoas 

andavam de bike, jogavam, passeavam com seus cães e se divertiam. Ali fizemos um lanche e depois fomos ao Walmart comprar água e pão. A previsão é de ficar -3 graus na madrugada e descobrimos que 30 km para frente, na cidade de Mancos, bem menor e próxima ao parque Nacional Mesa Verde, não é tão frio.

Fomos ao Mesa Verde RV Park, batemos e nada,  achamos um lugar e nos instalamos, e logo apareceu um jipe com o dono, o Mike, para quem explicamos a situação e ele foi gentil e nos deixou ficar por U$ 25 dólares. Até internet liberou. Nos preparamos para enfrentar nossa primeira noite abaixo de zero e fomos dormir após um macarrão preparado pela Janeh, o melhor feito no nosso carro.

Conhecendo o Canyonland National Park

O frio chegou -3, mas o  nosso aquecedor deu conta legal e com nossos pijamas e cobertas ficou tudo quentinho. Temos um novo aquecedor a gás, mas ainda não inauguramos. Enquanto temos energia vai no elétrico que está dando conta. Essa foi mais uma etapa vencida, pois no início da viajem o aquecedor não deu conta no frio do Atacama e não tínhamos pijamas quentes o suficiente, mas agora parece que deu para encarar temperaturas abaixo de zero.

Acordamos e após o café, nossos super cereais com banana, olhamos mais uma vez os mapas e decidimos seguir viagem. Paramos na cidade de Cortez para mais um abastecimento. Escolhemos ir por rodovias estaduais e não pelas federais, para conhecer um pouco mais do interior. As rodovias não são duplicadas, mas, estão em ótimo estado, não tem pedágios e ainda passamos por diversas pequenas cidades 55muito simpáticas. Rapidamente chegamos a Utah na cidade de Monticello.

Utah

 

Decisão acertada quando decidimos pelo norte. Logo nos primeiros quilômetros, uma paisagem de cinema, montanhas coloridas e rochosas impressionantes. É incrível como os dois estados se definem muito bem, Colorado e Utah estão lado a lado e são totalmente diferentes, nos deixando sem saber dizer qual o mais lindo. Paramos para as primeiras fotos e seguimos para um PN.

Depois de algumas milhas, começou um bombardeio de paisagens fantásticas, impossível descrevermos com palavras. Fotos, filmes e mais fotos, foi assim que tentamos registrar as coisas que sentimos e vimos. O parque é muito grande. Da rodovia até a entrada do parque são quase 60 km. Mas nós vimos tantas coisas nesses 60 km que foi o suficiente, gastamos cerca de duas horas e meia e 120 km de ida e volta.

Agora de volta a rodovia, mais algumas milhas e novos lugares cinematográficos. Fomos obrigados a parar novamente. Mesmo assim conseguimos rodar cerca de 400 km e vimos muita coisa linda. Decidimos ficar na cidade de Green River. No Green River SP , um lugar com boa estrutura e lindo, além do silêncio.

Na minha devocional de hoje o texto de salmo 125 dizia: “Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, firme para sempre”. Obrigado Deus por revelar teu amor e misericórdia todos os dias de nossas vidas, e nos leva a Te ver e confiar em Ti através da Tua criação.

A noite foi boa e às 7h já tinha gente andando na rua com -2 graus! Teve gente dormindo em barraca perto de nós! Eu não entendo como conseguem! Arrumamos nossas coisas e partimos, mas logo começamos com muito vento, acho que os mais fortes até agora. Ventos de lado, o que cansa mais ainda. A nossa frente uma cordilheira nevada com muitas nuvens escuras acima. A a cada milha, foi se confirmando nossa dúvida, sim era para lá que estávamos indo. O lugar é lindo, o problema e que com aquele vento todo e nuvens negras, e subindo, eu pensei que teria chuva, mas o frio começou a ficar mais intenso e de repente começou a nevar 10 h da manhã na estrada. Sinceramente a sensação não foi boa, pois estávamos entrando em uma tempestade! Demos graças a Deus quando passou e iniciamos a descida e o sol começou a aparecer.

Em St. George, além de mais quente, tem todas as lojas que gostamos. Fomos na Camping World trocar nosso aparelho de medir a temperatura que estava com problemas, e compramos os novos níveis para o carro Fomos para o St. George RV Park. O Dono do lugar gostou muito do nosso Valente e disse que é perfeito. Temos tudo o que precisamos.

Zion National Park - uma incrível surpresa!

A noite foi boa, suportamos bem o frio sem usar o aquecedor. Sempre pela manhã é o horário mais gelado. Saímos e fomos em direção ao Zion Park. Fomos pela I-15 North e logo entramos na 9, uma bela estrada que nos surpreendeu. Paramos na estrada em um lugar com uma vista fantástica e comemos um lanche ali no carro. Foi ótimo, ao sol, com uma vista show.

Mais umas milhas e estávamos no Zion National Park, na portaria fomos informados que o dia era free, e não precisávamos pagar. Achamos Wachtman Campground dentro do park e por U$ 18 dólares estávamos instalados. O lugar estava cheio, mas é fantástico, até uns veados andando por perto tinha. Em meio a montanhas vermelhas, árvores amarelas, um espaço reservado para cada RV com direito a energia, churrasqueira privativa e mesa para refeições.

Como já estava no início da tarde pegamos o mapa e saímos para explorar o lugar e definir nossas atividades, pois tínhamos a tarde de hoje e manhã pela manhã. A questão é uma frente fria que está chegando e indo ao Grand Canyon, e queremos estar lá antes que isso aconteça.

Nas primeiras milhas, próximo ao camping, uma estrada nos levava a um Canyon pela parte de baixo em meio a uma floresta de árvores amarelas e vermelhas em suas folhagens, em meio ao verde e algumas secas. Montanhas predominantemente vermelhas, mas coloridas. Um cenário fabuloso que jamais imaginei em minha mente. Um rio pequeno correndo ao lado e mais veados na beira da estrada no lado do rio. Como registrar isso? Impossível!

Fomos até o ponto final onde deixamos o Valente e seguimos a pé. Fomos caminhar e chegamos então a um vale onde para prosseguir necessitávamos de roupas especiais pois precisa ser uma caminhada dentro do rio. Mas estávamos tão extasiados com o que vimos que ali já estava ótimo. Retornamos, mas o lugar é tão espetacular que a sensação era de estar passando por outro, pois a visão da ida é totalmente diferente da volta, além da exposição do sol que transforma o Parque a cada minuto. Retornamos após uma ou mais hora de caminhada, embarcamos no Valente e fizemos o caminho inverso bem devagar.

Segui pela Highway do parque montanha acima, em direção ao Grand Canyon, pois vi que tem um túnel na rocha de 1.1 milhas, cerca de 1800 metros. Queria passar ele hoje, mesmo que amanhã iremos passar novamente. A subida nos lembrou a da Cordilheira dos Andes pelos Caracoles, não tão íngreme ou tantas curvas, mas muito perto. Chegamos a um incrível túnel e entramos, lentamente, a 25 milhas, uma diversão passar em túneis longos. Passamos, fomos até o primeiro lugar para manobrar o Valente e agora sentido inverso, pura diversão, mas novamente o visual do retorno é diferente.

Chegamos ao camping finalmente e já estava começando a escurecer, todos estavam acendendo suas fogueiras e o cheiro de churrasco estava começando a tomar o ar. O frio também estava chegando, mas estávamos preparados. Eu não quis me fazer de rogado e comecei a procurar mesmo que com a lanterna uns gravetos e madeira e fiz minha fogueira também. A Jane estava fazendo um arroz com salada e eu iria grelhar uns peitos de frango. Sentamos ao lado da fogueira e abrimos um vinho Californiano, Merlot, ótima dica do nosso amigo Ricardo Casas. Meus vinhos favoritos são os chilenos, argentinos e uruguaios, mas agora os da Califórnia estão na lista.

Conversamos sobre a surpresa do dia: o Zion é o Parque mais lindo que vimos até agora na viajem. O Atacama e o Peru estavam disputando o primeiro, seguido de perto pela Cordilheira dos Andes que amamos. Mas o Zion acho que pegou o primeiro Lugar. O céu estava estrelado ao extremo e podíamos ver a via láctea clara como nunca!  Nem no deserto do Atacama no Chile ou no Equador havíamos conseguido tal façanha!

Pools Emerald em Zion NP

Comemos um cereal básico e fomos para a nossa caminhada montanha acima pra ver as piscinas esmeralda no alto dos canyons. A primeira trilha foi bem low, vimos coisas bem legais, e decidimos ir adiante, e chegamos na up, que não foi assim tão up assim. Os lagos não estavam assim tão esmeralda, mas acho que devido a exposição do sol e o horário. Confesso que esperava mais.

Descemos e, agora sim, seguimos pelo túnel, subimos tudo novamente e cruzamos a parte de cima chamado de Mt. Carmel, mas é impossível seguir sem parar, pois os cenários são tantos e tão bonitos que fizemos muitas paradas.

No caminho passamos pelo Rancho Zion com criação de Búfalos. Outra surpresa ver búfalos na estrada. Em frente ao posto de combustível um restaurante típico do interior americano com muitos motivos indígenas. Essa região está cheia de marcas. Fomos fazer um lanche ali e foi como se estivéssemos em um filme americano antigo, a sensação foi muito legal. Eles fazem ali uma torta de maçã e que pedimos dois pedaços para viajem. O nome do lugar é Thunderbird Restaurante.

Seguimos pela 89A para entrar no Grand Canyon ao norte. Nós sabíamos que poderia estar fechada, pois eles já consideram novembro inverno, e foi isso que aconteceu. Seguimos então e passamos pelos Vermilion Cliffs, e mais lugares lindos. Resolvemos então voltar 30 milhas e dormir em  Page e não em Tube City, nossa ideia inicial. Fomos ao Walmart e decidimos fazer nossa primeira experiência de dormir no Walmart. Estávamos bem cansados, as baterias cheias e o tanque de água também, ou seja, tínhamos o suficiente para a noite. Comemos as tortas que compramos no Thunderbird e mais uns Donuts com chá e depois, banho e cama.

O Incrível Grand Canyon

Não precisamos ligar o aquecedor a gás, ficou até quente com o chá e o banho quente e muitas cobertas. A mínima foi de 5 graus, mas ficamos bem. Estava friozinho, arrumamos tudo e pé na estrada porque hoje é dia de Grand Canyon. A viajem teve muitas paradas, como no Little Colorado River, que já impressionam. Já no Grand Canyon, a primeira parada foi na Tower Canyon, no Desert View, onde pudemos ter nossa primeira imagem, visão, do Grand Canyon, tudo impressionante demais, devido as dimensões de largura, comprimento, profundidade e cores.

Como descrever Grand Canyon? O Parque tem três entradas, uma estava fechada ao norte que não se liga com as demais. E as outras duas entram de um lado e sai pelo outro na highway 64 que cruza o Park. O nome Grand Canyon foi dado por ser realmente o maior de todos.

Penso que a forma mais clara de descrever é como diz o Salmo gravado em uma placa no mirante, citando as palavras do salmista Davi em Salmo 66:4. 

Leia mais em Grand Canyon - Salmo 66:4-5. Cada local que paramos e ficamos conte

mplando e ouvindo os sons do local, somos inspirados a contemplar o criador de tão deslumbrante e perfeita obra! Sua criatividade, nas cores, detalhes, sons, na paisagem que muda a cada minuto...

Depois de visto quase todo o parque com o Valente, pois são alguns quilômetros dentro do parque, paramos no segundo centro de visitantes e assistimos a um vídeo no anfiteatro, incrível saber sobre como surgiu o Grand Canyon, e que a milhões de anos, desde as primeiras formações de vulcões, explosões, acidentes geográficos de placas, foi tomado pelo oceano e depois sofreu ainda tantas outras mudanças, e que atualmente ainda passa por mudanças com a ação do tempo. Ele está a mais de 2000 m.s.n.m do mar em seu ponto mais alto e já foi deserto, habitado por índios e invadido por oceanos. Hoje preserva vida em fauna e flora diversa, além de deserto, montanhas e rios.

 

Ali com o auxílio dos nossos livros do Church “Southwest Camping Destinations”, chegamos ao  The Flinstones RV Park, um lugar simples, mas o que precisamos por apenas U$16 dólares. Além de ser um lugar divertido que nos faz sentir que estamos em Bedrock! Acertamos tudo e nos instalamos. A noite promete ser fria, mas faz parte.

Próximo destino, será a Route 66 e depois vamos em direção a Las Vegas, Nevada, depois finalmente Califórnia, onde esperamos não ter tanto frio, e poder ficar em lugares sem ter que pagar.

Route 66

A noite foi de 7 graus, muito melhor do que imaginávamos. Acordamos com um nascer do sol maravilhoso bem à frente do Valente. O dia estava bem nublado e a previsão era de chuva. Partimos em direção a tão famosa Route 66. Entramos na primeira placa que vimos, saindo da I-40 e fomos a um Museu que pensamos ser o Museu da Route 66. Não era exatamente, mas fomos muito bem recebidos e demos uma olhada em tudo, até ganhamos um bolo com café de um grupo de senhoras que estavam se reunindo lá, e com a orientação de uma senhora, nos indicou a saída 139, para pegar a Route 66 que é o trecho ainda preservado que corre paralelo a I-40.

A Route 66 que sai de Chicago ao norte e cruza seis estados até a Califórnia, é a rodovia considerada mãe, e a mais importante dos EUA. Pela sua história e tempo e tudo o que aconteceu desde os anos 50 e 60. O maior trecho ainda original é esse que estamos fazendo. Logo na entrada algumas lojas de artesanatos e lembranças, cenas de filmes, principalmente em Seligman, cenário do filme CARROS, paramos para dar uma olhada, tiramos fotos e fomos seguindo tirando muitas fotos. Se não fosse pela história, pela tradição seria somente uma rodovia do interior americano. Para os Americanos tem outro peso, para nós é uma grande realização, poder passar por lugares onde muitos filmes foram rodados e que contam tantas histórias!

Seguimos até a cidade de Kingman e procuramos o centro de informações e Museu pra conhecer um pouco mais. Depois saímos em busca a um lugar para passar a noite. Pensávamos em seguir até Las Vegas, mas achamos que chegar perto do anoitecer em uma cidade grande iria ser estressante e no mais queríamos ver o Grand Canyon Skywalk. Las Vegas estava a 100 milhas e o Skywalk no caminho mas também a 100 milhas. Decidimos ficar na metade em uma pequena cidade de somente 2.000 mil habitantes, chamada Dolan Springs. Achamos o Dolan Springs RV Park e nos instalamos.

Grand Canyon Skywalk- decepção

Hoje partimos em direção ao Grand Canyon Skywalk, pegamos a estrada e logo começamos a subir a montanha novamente, um cenário diferente de tudo que tínhamos visto. Pois em meio ao deserto do Arizona, agora encontramos cactos gigantes. Foi tremendo o visual.

Uma hora de estrada e chegamos finalmente no nosso destino. Mas a decepção chegou junto. Logo na portaria um senhor com traços indígenas bem fortes nos indicou que estávamos no Grand Canyon West, uma reserva indígena e que não poderíamos entrar com nosso carro. Falamos que viemos ao Skywalk e que as placas indicavam esse lugar. Ele disse que o Skywalk é uma das atrações, e que teríamos de deixar nosso carro em um estacionamento indicado e então caminhar até a recepção. Mostramos nossos passaportes para os Parques Nacionais e ele nos informou que não valeria para esse.  

Estranhamos a grande quantidade de helicópteros partindo dali um atrás do outro. Eu pude contar cinco no ar e mais três em terra com os motores ligados prontos para partir. Do outro lado vários aviões e ônibus também partiam. Pensamos logo que o negócio era bem elitizado, e a brincadeira ia ficar cara.

E ficava mesmo! Para entrar no lugar de ônibus custava U$80 dólares por pessoa com direito a entrar no Skywalk! O helicóptero sai por U$190 dólares por pessoa. Chegamos a conclusão que isso não era um parque nacional e sim um local privado que levava o nome de Grand Canyon pois está no Grand Canyon. A loja de lembranças tinha os mesmo artigos dos outros parques só que o dobro do preço! Viramos e retornamos, uma hora de volta. Foi culpa nossa, deveríamos ter buscado mais informações!

Hoover Dam - bela Surpresa

Tudo bem, seguimos em direção a LasVegas. Uma notícia boa foi que chegaríamos um hora antes, pois tem fuso de Nevada para o Arizona. Na estrada paramos em um lugar qualquer com uma linda vista para o lago Mead e fizemos um lanche. Mais adiante avistamos placas indicando o Hoover Dam, uma grande represa no grande Lake Mead. Sabíamos que teríamos ela no roteiro, mas não sabíamos que estava logo ali.

O Hoover Dam gera 1.344,800 kilowatts, início sua construção em 1931 e foi concluída em 1936. Foram utilizadas 6.6 milhões de toneladas de concreto e custou U$175 milhões de dólares. O lugar estava cheio de turistas de todos os cantos do mundo. Indianos, italianos, franceses, alemães, russos, e nós Brasileiros.

Depois de uma longa caminhada, fomos ainda com o carro visitar o Lake Mead, com uma linda vista. Um Azul indescritível em meio às montanhas no deserto de Nevada. Vimos que o Lake Mead está dentro de um Parque nacional e como temos o passe não precisamos pagar, somente pelo camping. Achamos o Las Vegas Bay, por U$10 dólares. Maravilha! Paramos e fomos fazer nossa entrada, mas aqui não tem ninguém, somente instruções onde você faz seu check in, preenche seus dados, coloca tudo inclusive o dinheiro em um envelope e põe na caixinha. Coisa de primeiro mundo!

Quando estávamos saindo da estação de água, um homem veio em nossa direção falando em alemão todo feliz! Eu pensei comigo: "o que esse louco está pensando?”. Falamos que éramos do Brasil e ele mudou para o inglês. Ficou extasiado em encontrar alguém do Brasil com um carro francês nos EUA. Seu nome é Gustav e está viajando há seis meses.

Amanhã vamos ficar por aqui e na segunda vamos a Las Vegas.

Las Vegas - NV

Fomos surpreendidos no meio da noite com uma tempestade de vento no deserto. Foi tão forte que o carro balançava de um lado para o outro, me senti dentro de um avião com turbulência. A Jane acordou muito assustada. Eu também estava um pouco, mas minha percepção dizia que era só vento e o barulho é maior do que a coisa realmente. O fato de ser á noite e não termos visão do que está acontecendo realmente torna a coisa mais apavorante.

Eu dei uma olhada na rua com a lanterna e vi que todos os RV's e trailers estavam lá no lugar, haviam aviões decolando e carros passando na rua. Isso indicava que tudo estava bem. Estamos dentro de um parque e com vigilância, e ninguém avisou ou informou ou soou nenhum alarme, sendo assim, nós deveríamos nos acalmar e esperar passar. Claro que foi um tanto apavorante ficar dentro do carro com essa situação. Oramos juntos e nos abraçamos aguardando que passasse. Acho que durou umas duas horas, depois tiveram rajadas de vez ou outra. Nossa cadeira e os crocks da Janeh que ficaram do lado de fora do carro voaram pra longe. Isso durou a noite toda.

Quando realmente acordamos, fui procurar a cadeira e o crock e achei tudo. Tentamos nos sentar ao sol, pois o plano era passar o dia ali e uma noite mais, mas estava impossível ficar no sol com um vento polar nas canelas. Decidimos sair e ir para a cidade de Las Vegas.

Quando estávamos prontos para sair vimos o Gustav e Edit, o alemão que conhecemos no dia anterior saindo com seu carro. Foi aí que entendi tal empolgação quando nos viu chegando. Ele está viajando com uma Renault Master também, porém a dele é de 2001, com motor 2.8 Fiat e é mais curta que a nossa. Foi legal encontrar uma Master da Alemanha, foi a primeira Master que encontramos. Trocamos e-mails e nos despedimos com a vontade de nos encontrarmos novamente.

O dia promete ser bem frio, bem diferente do dia de ontem. Depois de tanto vento a temperatura caiu e o vento não dava trégua. Fomos procurar um RV parque em Vegas e  achamos o Road Runner RV Park, por U$16 dólares dia com tudo. Nos instalamos! Passamos 3 dias ali. Ainda não me sinto em Las Vegas, pois estamos em uma avenida com muitos RV parques e casas, mas nada um lugar bem tranquilo e bem comum. Bem diferente da Las Vegas que vimos em filmes, então fomos procurar a Vegas dos filmes.

A Vegas dos filmes

Seguimos para nosso passeio e chegamos a principal avenida de Las Vegas. Impressiona! Muitas cores, luzes, painéis gigantes em alta definição, casas de shows, incontáveis cassinos, parques de diversões, uma torre Eiffel, uma estátua da Liberdade, uma pirâmide com uma grande esfinge, hotéis grandiosos e suntuosos, muita gente na rua, muita informação visual... tentamos parar e estacionar e é impossível. O trânsito estava tranquilo, mas não tem onde parar. Fomos até quase o final da avenida e voltamos.

Depois do passeio seguimos em direção ao RV Parque e no caminho encontramos uma pizzaria que não tinha cara de ser para turista, mas aquele lugar que o povo daqui frequenta, e pensamos: “é aqui mesmo”. Fomos muito bem atendidos e comemos uma ótima pizza! Compramos um show para amanhã, então retornaremos ao Centro.

O show é no Hard Rock Hotel, então, fomos mais cedo para ver como vamos estacionar. Depois dar uma volta antes do show. O hotel não fica na principal, e achamos um bom lugar no estacionamento do casino. Deixamos o Valente ali mesmo. O próprio Hard Rock Hotel já é um passeio em si, tem de tudo lá dentro, assim decidimos trocar de roupas, lanchar no carro, e ficar no Hard Rock dando uma volta e conhecendo as coisas.  Assistir a um show nos EUA, dentro de um hotel é totalmente diferente de tudo que já vimos no Brasil, onde o lugar é lotado e com gente fumando e bebendo, muitos jovens que não respeitam nada, aqui a coisa e bem mais organizada. Pegamos um ótimo lugar, mesmo comprando os tickets mais baratos. Adoramos a experiência.

 

Las Vegas me impressionou muito pela sua energia e dimensão. Eu nunca estive em uma cidade tão iluminada e com tantas atrações e shows, grandes shows acontecendo ao mesmo tempo! Os cassinos, que são muitos em Vegas, não me atraem, mas tem muito mais coisas para ver. 

Red Rock Canyon- NV & Death Valley

Hoje é dia de sair de Las Vegas e ir adiante. Decidimos ir ao Red Rock Canyon, há uns trinta minutos de Las Vegas e depois, mais duas horas, seguir até o Death Valley, já na Califórnia.

O Red Rock Canyon não nos impressionou muito. São canyons e montanhas, como o nome diz, rochas vermelhas. Paramos, demos uma olhada, rodamos as onze milhas dentro do parque e seguimos para a Califórnia, para o Death Valley National Park.

Essa estrada foi interessante, pois rodamos meia hora no deserto, sozinhos! Com pista simples e muitas encruzilhadas. Isso me fez lembrar do filme "Encruzilhada" com o ator do Karate Kid e com o guitarrista Steve Vai, e do filme Forest Gump e Náufrago, com o ator Tom Hanks. Muitas cenas me vieram a mente. Incrível estar passando em lugares assim.

Quando vimos a placa do Death Valley entramos, e aí sim muitos outros carros estavam entrando na mesma direção. Diferente de tudo o que vimos. Neste lugar, o que foi mais legal, foi visitarmos um deserto de sal, um mar de sal praticamente, que fica a 85,5 metros abaixo do nível do mar. Tem uma montanha ao lado, e lá no alto está a placa: “Sea level”.

Já fomos ao Atacama no Valle de La Luna, mas esse aqui é diferente, muito legal. Depois, retornando e entramos em outros pontos com montanhas coloridas, mas o tempo nublado não permitiu tirarmos muitas fotos.

Dentro do parque existem alguns campground. Encontramos um Sunset Campground e nos instalamos! Nestes campings nos parques nacionais, geralmente a noite não tem pessoas cobrando, tem uma máquina para pagamento que só aceita cartão de crédito ou débito. Procuramos a bomba de água, completamos o tanque e achamos uma vaga. Ficar nestes parques nacionais é uma maravilha! É silencioso, organizado e limpo. A noite uma escuridão completa. A Janeh preparou uma janta e comemos, conversamos e decidimos seguir cedo em direção oeste.

Mudança de Planos!

Acordar no Death Valley foi muito tranquilo, pois o lugar, clima e silêncio da noite, foram perfeitos! Comemos nossos cereais e preparamos as coisas para hoje sair em direção ao Yosemite National Park, mais ao Norte. A noite aqui foi tranquila com relação a temperatura que ficou em 10 graus.

Ficamos preocupados com a entrada pelo lado norte no Yosemite pois não temos certeza se está aberta, por causa da neve e altitude. Para nós parece mais lógico seguir por ali e depois ir a San Francisco e descer. 

Porém, seguindo pela estrada, muito deserto, típico da região, paramos em uma encruzilhada onde teríamos que decidir sobre o que fazer: ir para o norte ou sul? Próximo dali havia um posto com um lugar para recreação e paramos para comer algo no carro. Lone Pine é o nome do lugar. Fizemos os lanches e saímos para comer num clima agradável, típico de inverno, com dia de sol, pássaros próximos a nós...

Um senhor com idade avançada se aproximou de mim e perguntou se o carro era diesel, e de onde éramos. A Janeh, que está há anos luz na minha frente no inglês, conversou com ele, e ele disse que estávamos em frente a um dos maiores montes da América do Norte, o Mount Whitney com 4421 m.s.n.m. Ele perguntou para onde estávamos indo e ao falarmos do Yosemite, ele nos falou que a entrada norte já estava fechada. O inverno chegou cedo, ainda podemos entrar noYosemite porém, tem de ser pelo sul.

Era o que precisávamos ouvir para saber qual direção tomar! Deus sempre colocando pessoas em nosso caminho para nos dar a direção, e nesta hora temos que estar atentos. Seguimos até a cidade de Ridgecrest, procuramos um Walmart e foi ali mesmo que estacionamos! Entramos no Walmart para comprar uns suprimentos e comemos no carro.Logo tinha mais dois RV’s próximos e tudo certo. Vamos dormir.

Um bife para dois

Acordamos no Walmart em Ridgecrest, olhei para fora do carro e mais alguns RV’s estavam ali. Chegaram durante a noite. Ao nosso lado, uma simpática mulher com seu esposo dentro do seu carro nos abanou dando bom dia.

Hoje vamos ao Sequoia National Park. Essa região é muito seca e o risco de incêndio é eminente o tempo todo, e sempre passamos por placas com um grande urso vestido de guarda florestal com a indicação de risco, moderado, alto, baixo.

Chegando a cidade de Exeter, passamos por umas plantações de laranja na região e vinhedos, próximo ao Woodlake, um lugar com um grande lago, muito bonito. O dia estava meio nublado ainda, mas o lugar é muito bonito mesmo assim.Vi que tinha um campground mas não dei muita bola e segui dirigindo, mas senti que deveria voltar, então obedeci e retornei e fomos ver o lugar. Como já estávamos algumas noites sem energia, precisava dar uma carga na bateria, e por isso resolvi pagar para ficar ali. 

Horse Creek Campground era legal, mas com energia tinha somente uma vaga ainda. Próximo tinha uma churrasqueira. Perguntei onde poderia comprar firewood (madeira para fogo) e ele me indicou a próxima cidade, a sete milhas. Para comprar madeira, eles vendem em grande quantidade, e nós não temos onde guardar, e tivemos que procurar. Fizemos um fogo, assamos uma carne, fazia muito tempo que eu não achava uma carne boa e fazia um churrasco, a Janeh até chorou de emoção.

Aprendemos a valorizar algumas coisas tão simples, que tínhamos em grande abundância no Brasil! Um único bife de ”steak” para dois, comemos tranquilos e dormimos.

Sequoia National Park

O plano era acordar e ir ao Sequoia National Park e seguir para o Yosemite. Acordamos, enrolamos na cama, ouvindo o barulho de alguns trabalhadores e nos preparamos para ir ao parque. Subimos as dezessete milhas que conhecemos ontem, entramos e fomos direto ao ponto mais alto do parque.

Uma serra forte para subir em 1 hora a 30 mph. Encontramos um lugar lindo, muito bem conservado e com as maiores sequoias do mundo, em volume! Pena que as fotos não conseguem expressar o que vimos! Árvores gigantes, muitos turistas e muito frio devido á altitude. Ficamos um tempo por ali contemplando a beleza da criação de Deus. Próximo do horário do pôr do sol, que acontece bem cedo por aqui, começamos a descer. Ainda pegamos um espetáculo à parte com um lindo “sunset”.

Poderíamos ter seguido por dentro do parque em direção ao Yosemite, porém teríamos de dirigir umas duas horas montanha abaixo, por estradas que não conhecíamos e procurar um lugar para dormir. Então resolvemos que voltar ao Woodlake era a melhor e certa opção.

Yosemite National Park, um vale de incrível beleza!

Saímos cedo para aproveitar o dia e cumprir o plano. Quando nos despedimos do pessoal do Campground, nos perguntaram para onde iríamos, e dissemos que ao Yosemite. Ele perguntou por onde iríamos nos orientou a ir por outro caminho que estava mais rápido e mais bonito, que ele foi a um mês atrás com sua esposa com seu RV e foi perfeito. Então, seguimos seu conselho e seguimos na direção que nos deu.

Realmente o Yosemite Valley, é também fabuloso. Um grande vale com montanhas e pinheiros e quedas d’água gigantes. Um espetáculo da natureza. Muitas caminhas, trilhas para serem feitas. Porém o nível de unidade e do frio do lugar é forte para nossos padrões. Visitamos os principais pontos e final da tarde resolvemos descer. Havia muitos turistas nesta região também, muito oriental, incrível, milhares deles. Depois de babarmos muito com a criação de Deus, pegamos a estrada no sentido oposto ao que entramos e fomos em direção a San Francisco. Sem saber onde iríamos ficar! Uma curiosidade é que em nossos mapas e livros os RV’s Parks e campground desta região, e na California são escassos! E nós sentimos isso na pele.

Dirigimos até a cidade de Modesto e achamos um Walmart para nos instalar. Lugar seguro e certo, não tem água ou energia, pode ser um pouco barulhento, mas para dormir é perfeito.

Trocando óleo do Valente

Acordamos e decidimos procurar um local para trocar o óleo do Valente. Depois de procurar descobrimos que a Dodge faria.  Nós trouxemos os filtros de ar, óleo e de combustível, pois sabíamos que não encontraríamos por aqui.

Eles disseram que fizemos certo e nos orientaram a ficar em uma sala vip, com internet e café, e aguardar. Logo vieram os mecânicos  falando que não trocaram o filtro de combustível pois não sabiam onde ele estava. Eu disse que achava que sabia. Fomos até o Valente e fiquei tentando lembrar onde estava. A Janeh foi especial: novamente sacou seu Ipad e foi no Youtube pesquisar. E não é que ela achou onde estava e como trocar? Foram só risadas! Eu estava lendo em francês e em espanhol as instruções e tentando explicar para os mecânicos como fazer, e um deles disse para mim, sim eu estou lendo, eu falo espanhol. E novamente, caímos no riso. Todo mundo se quebrando para falar o inglês e os caras falam espanhol. Um é de El Salvador e o outro do México. Aí sim, conversamos, acertamos tudo! A moça da recepção não entendia nada.

Saímos prontos para mais 10.000 km até a próxima troca. Seguimos para San Francisco e para dormir achamos uma Rest Area em Cristal Springs. O curioso dessa noite foi a grande quantidade de gente viajando e parando na Rest Area. O povo dorme nos carros mesmo! Usam todo o tipo de criatividade possível para fechar seus carros, com toalhas e lençóis por cima dos vidros, dormem no porta malas, no banco de trás, sentado, é incrível!  Esse movimento todo é por causa do Thanksgiving. Esse evento é mais importante do que o natal para eles. Tudo para e muitos não trabalham a semana para poder viajar e ver seus familiares.

San Francisco e a famosa Golden Gate Bridge

O grande ponto de San Francisco, sem dúvidas, é a ponte Golden Gate e a ilha com a famosa prisão de Alcatraz. Existem outros pontos, mas nenhum supera esses. Antes de chegarmos à ponte passamos por parte de um grande bairro e o que nos chamou a atenção foi que a cidade é um sobe e desce, como vimos nos filmes e seriados americanos, onde eles passam voando com os carros nos cruzamentos com seus desníveis. Outro fato foi o bairro ser completamente oriental.

Vimos muitas igrejas de várias denominações com os letreiros em japonês. Restaurantes japoneses, tailandeses e vietnamitas; desde o motorista de ônibus aos passageiros eram orientais e nas ruas, muitos de bicicleta e nos carros ou caminhando. Na ponte Golden Gate o que mais tinha eram orientais e asiáticos, e gente da índia, turcos e árabes. Interessante, onde está o povo europeu?

Cruzar a Golden Gate de carro já fez a Janeh se emocionar, mas nada como fazer uma caminhada. Atravessar a longa ponte de 2.737 metros ida e volta é uma boa caminhada. O movimento era intenso, acreditamos que isso devido ao Thanksgiving, Tirar uma foto decente nestes dias é um suplício, mas conseguimos. Fomos ao centro de visitantes e lemos um pouco sobre sua história. Pensamos em fazer um citytour porém, por 40 dólares cada um, nos pareceu demasiado para nossas despesas. Voltamos e fizemos um lanche no carro.

Depois seguimos um direção ao Point View no alto do Golden Gate Park, para contemplarmos a vista de outros ângulos da Golden Gate, e foi sensacional! Saímos dali e depois de rodamos por duas horas e não acharmos um lugar para ficar, voltamos para a Rest Area que dormimos na noite anterior em Cristal Springs.

A noite foi muito barulhenta devido ao movimento do Thanksgiving. O gostinho de quero mais que ficou de San Francisco nos fez refletir, mas decidimos que iriamos em direção a Los Angeles, pois a Califórnia nesta região não é nada barata e não tem lugar para quem viaja com RV, isso é declaradamente um problema. Tanto que nos livros que temos, os viajantes não passam por essa região, e agora entendemos o porquê. 

Seguindo, mais estrada, mais retas, muitas por sinal com velocidade de 75 a 80 mph. No final da tarde a umas 50 milhas de Los Angeles, precisávamos achar um lugar. Passamos por uma Rest Area bem grande e interessante, mas decidi não parar e ir um pouco mais, pois tinha visto uma placa de um lugar para caminhões e pensei em parar nesta praça. Não encontramos a praça porém vimos uma placa de camping para um Park próximo ao Pyramid Lake, no Alamo Campground. Entramos e fomos conhecer. O lugar é meio ao deserto da California, em meio a montanhas secas, mas com um visual legal, escolhemos um lugar e nos instalamos. Fizemos um fogo fora, assamos uns pedaços de frango e comemos. Ainda nos restavam uns marshmallows e comemos também. 

Um silencio fantástico, longe da rodovia e somente nós e Deus, ninguém acampado. O lugar e a noite só para nós. Estou começando a ficar acostumado com isso. Eu aproveitei o lugar para instalar o upgrade de nossa antena. Foi super rápido e simples. Agora temos uma antena para canais HDTV abertos, só falta mudar de região para ver se funciona (nossa TV não funciona aqui no EUA).

Los Angeles, Hollywood, um mundo de sonhos caros!

 

Hoje é dia de ir conhecer e desvendar Hollywood e Los Angeles. Estamos meio confusos com o que vamos encontrar. Cidade grande, muita gente, trânsito complicado, onde exatamente vamos e o que vamos fazer? Sabemos que tem os estúdios para visitar, Paramount, Universal, Warner, porem são pagos, e muito bem pagos, para se entrar. A curiosidade de ver o tão famoso letreiro de Hollywood e a calçada da Fama, como deve ser isso? A forma despojada e louca das pessoas se vestirem e o museu de cera com atores do mundo todo que deve ser legal!

Entramos na cidade de Hollywood, e eu logo coloquei no GPS, a Universal Estúdios, que estava mais próximo de nós. Estava lotado, incrível, em plena sexta feita, lotado. Para entrar na cidade da Universal até que vinte e cinco dólares para duas pessoas com o carro estavam razoáveis. Tivemos acesso as lojas e o clima do estúdio, fomos a Hard Rock Café, demos uma olhada geral e fomos achar o famoso Globo na entrada. Demos mais umas voltas e fomos buscar a Hollywood Blvd, ver a calçada da fama. 

Não foi difícil, o GPS nos levou rapidamente. Achamos um lugar na rua para estacionar a dois dólares a hora. Fizemos o registro no parquímetro e saímos caminhando. Na primeira esquina a Janeh disse: "Você já está na Calçada da Fama". Olhei para o chão e lá estavam as estrelas. 
Fomos em direção ao Hollywood Wax Museum, o Museu de Cera. Passamos pela estrela de Charlis Chaplin e de Wall Disney, os mais famosos que tiramos fotos. O museu foi legal, nunca tinha entrado em um.

Nós tínhamos que achar um lugar para ficar, e depois de rodarmos 3 horas em direção as praias ao norte achamos o Leo Carrillo Beach Park, por quarenta dólares, o mais barato da nossa busca de hoje.. Bom, não tem jeito, tem que ser aqui. Entramos muito cansados, tomamos banho, comemos algo e cama.

Praias da Califórnia

 

Nós acordamos com o barulho dos outros campistas próximos e fizemos nosso cereal. Estávamos nos preparando para sair cedo, pois tem muita coisa para ver, com esse transito louco e ainda estávamos a uma hora de Hollywood, queríamos ver Santa Monica, Long Bech, a tão famosa Malibu de dia, e passar em Beverly Hills e ainda voltar e procurar o letreiro de Hollywood que ainda não vimos. Muita coisa para fazer, e ainda achar um novo lugar para dormir. Ufa, já cansei.

O que achamos da tão famosa Malibu? Achamos que é um lugar comum. Vimos muitas outras, infinitas praias muito mais belas por toda a América central e sul. Acho que Malibu pode até ser boa para se viver, mas não me mudaria para cá. Tudo muito caro!

A cidade de Santa Monica, nos pareceu muito elitizada, vimos carrões, Porsches, Lamborguines e Ferraris, vimos jovens, que nos pareceram muito novos (para não dizer adolescentes) dirigindo muitos deles, mas no local em si, nada de espetacular.

Seguimos a Beverly Hills, e esta é uma cidade que me encantou!  Vimos um ônibus de tour andando e seguimos atrás, passamos por muitos lugares limpos, bonitos, uma cidade que fica entre Santa Monica, no litoral, e Hollywood, mas tem sua própria vida. Gostaria de conhecer mais.

Fomos novamente a Hollywood Blvd, porém sábado, estava intransitável. Para estacionar, nos pediram, em um estacionamento público, trinta dólares. Fomos em busca do observatório de onde se pode avistar a cidade, o letreiro entre outras atividades do parque. Impossível chegar ao local, milhares de carros estacionados a quilômetros do lugar, e aí não deu mais.

Paramos para fazer um lanche em um lugar tranquilo e decidimos: "Adios Hollywood"! Fomos em direção a cidade de Corona, ali ao menos temos onde estacionar. Uma hora de estrada e chegamos. Fomos ao Golden Yvi RV Park. Nos instalamos, fomos ao restaurante onde tinha internet free, pedimos uma comida e ficamos por ali um tempo. Depois voltamos ao carro e cama porque o dia foi longo.

Visita a Fábrica da Fender

Logo que saímos fomos procurar o Museu e fabrica da Fender. Fomos até lá e, como é domingo, estava fechado. Como teríamos que ficar até amanhã aqui, fomos então procurar uma praça com Ross, Walmart, E outras lojas que gostamos para passar o tempo. kit's inteiros e mais baratos.

Achamos um pequeno restaurante, e como estava um frio gostoso com uma chuvinha que promete ficar nos próximos dias da semana, pedimos uma sopa e comemos ali. O custo foi baixo e compensou. Fomos até o Walmart, compramos mais suprimentos e nos instalamos no estacionamento do bom e velho Walmart.

Fomos em direção ao Museu da Fender que abre ás nove horas e tem um tour pela fábrica. Visitamos o museu e fomos no tour das 11:30 h, sem problemas. Foi legal ver guitarras usadas por grandes músicos com Jimi Hendrix, Malmsteen, Buddy Guy, entre outros. Muitas guitarras e todos os amplificadores da Fender a disposição para tocar. Os baixos e guitarras e uma seção de presentes, bonés, chapéus, camisetas e outras coisas com a marca Fender, porém com o preço bem salgado para estar na fábrica.

Chegou nossa hora do tour, doze pessoas, cada um com um sistema de áudio próprio e o guia com um microfone a frenteNo tour pela fábrica pudemos ver quase todos os processos, ficando de fora somente a pintura. Atualmente somente as Custom Shops são feitas em Corona, as Standard são feitas no México e alguns modelos na China. 

A maioria dos processos são feitos por pessoas, porém, utilizando muito maquinário. Um dos processos que me chamou a atenção foi a fixação dos trastes que são feitos com máquinas e não mais manualmente. O guia comentou que o valor das guitarras tem aumentado por causa da escassez da matéria prima, que influencia no valor final dos instrumentos. E que não podem garantir que uma guitarra de U$ 6.000 dólares soe tão bem quanto uma de valor inferior! 

Saímos em direção a Phoenix, e dirigimos até escurecer. Nós saímos da California e entramos no Arizona novamente. Foi bom pois aqui, novamente, começamos a ver muitos RV Park's e rest areas pelas estradas. O preço do combustível também está mais baixo.

Chegando na Rest Area em Ehrenberg, muitos caminhões e muitas famílias mexicanas com mudanças inteiras e crianças em vários carros. Acho que o México está invadindo os EUA. Mas ali, nos sentimos seguros e passamos a noite ali bem tranquila.

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