Encontro o casal do #partiualasca e o Retorno a Casa do Lago - Texas

Welcome Mississippi

Estamos dormindo bastante em Walmart e rest areas, seguindo aos poucos. Confesso que o consumo do carro nos assusta muito. Estamos acostumados a motores mais econômicos, mas com o valor que pagamos nesse MH ainda compensa.  A sensação é que o pedal do acelerador está ligado direto no ponteiro do combustível, eles se movem quase que juntos.

Pesquisando o que ver no Alabama, descobrimos que tudo gira em torno de eventos musicais de Jazz, Country e blues. Além de eventos culturais que acontecem durante os meses do ano. E a grande maioria mais ao norte.

Nesse dia na estrada paramos em uma placa de Welcome Mississippi e bem a nossa frente vinha uma forte chuva, quase um minitornado. Podíamos ver o redemoinho a nossa frente nas árvores. Saindo do acostamento, cruzando a rodovia e seguindo pela pista oposta. Eu disse para a Janeh "se segura que eu acho que vai balançar", mas ele passou exatamente ao nosso lado, somente sobrando para nós a chuva. Foi incrível!

Soubemos por outros irmãos e amigos que vivem em Fort Worth/Dallas que estávamos em uma região sendo castigada por fortes tormentas naquele dia. E realmente foi o que aconteceu. Porém nosso MH aguentou firme e nos guardou, com a graça de Deus.

Próximos a saída de New Orleans deixamos a rodovia principal I-10 e seguimos por uma mais calma, que acompanha o rio Mississippi passando por paisagens lindas com muitas plantações, fazendas e bem no interior da região.

Um jacaré em nosso caminho

Um fato curioso foi o que surgiu na pista a nossa frente. Avistamos um lagarto na estrada parado. Porém ao nos aproximarmos, comentei com a Janeh que era o maior lagarto que já tinha visto. Nisso, fui reduzindo, pois, o bicho não se movia. E quando chegamos bem perto vimos que se tratava de um crocodilo e não um lagarto. Após a quase parar o MH ele resolveu se mexer e saiu da estrada. Rimos muito.

Ao retornarmos a I-10, em um dado momento percebi que já estava há uns 15 a 30 minutos sobre um viaduto, elevado, ou ponte, não sei exatamente, e quase na altura da copa das arvores. Inclusive fizemos um vídeo sobre isso, em breve no nosso canal no Youtube: Rodando pelas Américas. A solução que os norte-americanos criam para não mexer no habitat natural dos animais e não causar um dano maior ao meio ambiente é algo interessante de se observar. Constroem extensas pontes sobre a floresta, permitindo assim que os animais fiquem livres por baixo. Mas os 15 minutos dirigindo sobre a ponte se tornaram 20, 25 minutos me dei conta que estava passando pela maior ponte da minha vida.  Quase ao final fomos entender que estávamos cruzando uma ponte de 3 pistas para cada mão de 18 milhas, cerca de 29 km. Nós havíamos cruzado quando fomos a Key West uma de 11 milhas, mas essa era realmente muito maior.

Essa ponte cruza o Parque Nacional Atchafalaya, no Mississippi e tem 18 milhas. Ao final, indo em direção ao Texas, você tem acesso a entrada do parque e centro de visitantes, onde eles têm uma grande estrutura para estacionar caminhões, carros e motor homes, em áreas separadas. Banheiros e centro de turismo com café grátis e água. Também é permitido pernoite gratuito neste local. Ficamos tentados a ficar por ali, mas tínhamos marcado com nossos novos amigos um jantar naquela noite.

Esse parque serve para pescar e passear pela mata para visualizar pássaros, tartarugas e crocodilos. O que não falta nessa região. Descansamos e resolvemos seguir. Perto do anoitecer estávamos a cerca de 11 milhas de nosso ponto de encontro quando, em um posto à beira da estrada, avistei o motor home do Gui Toledo estacionado. Porém, era  tarde para retornar ou entrar. Nesse momento, enviamos uma mensagem dizendo que passamos e iriamos então até nosso ponto combinado.

Chegando no ponto, um TA- Travel Center of América, avaliamos ser um lugar muito barulhento com outros 3 Truck Stops próximos. Mandamos nova mensagem para eles e voltamos, pois, o ponto onde eles estavam era mais tranquilo.

Estacionados, a Janeh iniciou o Jantar, Salmão com camarão, batatas e salada com um bom vinho. Foi legal fazer isso, pois para fazer uma comida assim somente para dois, acaba sendo um pouco demais e para compartilhar com um casal já anima mais.

Encontro com Gui e Jana - #partiualasca

Nos encontramos com o Gui Toledo e a Jana , do #partiualasca, que conhecíamos apenas de alguns vídeos, por indicação de amigos do Brasil. Como o casal fez a mesma coisa que nós, ou seja, vir para os EUA, Flórida, comprar um RV e ter o Alasca como destino, entramos em contato por achar que teríamos boas histórias para contar. Esse tempo foi bem agradável, de muitas risadas e histórias. Eles são mais jovens do que nós - ela completou 23 anos, dois dias antes - mas conversamos bastante, até as 3 horas na manhã. Foi um tempo para nós de aprendizado e algumas risadas. Sempre temos coisas a aprender e ensinar. O mais importante para nós é a troca de experiencias. Se não temos nada para ensinar, sempre temos muito para aprender. Esperamos um reencontro em breve.

Dormimos nesse posto à beira da I-10 próximos a Houston. Pela manhã ainda trocamos uma ideia com o Gui (cheio de idéias e disposto a ajudar) e nos despedimos. Eles seguem sua viagem e nós a nossa.

De volta ao Texas

Nosso destino : Zavalla, a grande cidade de 713 habitantes (assim diz a placa na entrada). Mais uma vez, abandonei a interestadual e seguimos por diversas rodovias mais interessantes passando pelo interior onde as pessoas vivem, isso sempre é muito mais divertido.

Zavalla tem um significado especial para nós. Em 2015 quando estávamos aqui com nosso Valente, nosso antigo motorhome, ficamos em uma casa em Zavalla que pertence a uma amiga, a Lora. E como é inverno e não podíamos seguir para o Alasca, ela nos deixou ficar por aqui. Um lindo lugar  a beira de um lago fantástico, o Sam Rayburn Reservoir, com muitas arvores, pássaros e muita área verde. Um silencio maravilhoso para dormir e passar o dia depois de tantas noites dormidas em Walmart e paradas de caminhão. Não reclamamos, mas que dormir em silêncio é melhor, isso, sem sombra de dúvidas. E como não temos pressa e nesta jornada desde a Florida, acabamos andando mais do que nosso plano (em um dia rodamos cerca de 300 milhas o que para nós são 6 dias). Então, pararmos por uns 10 dias aqui vai ser ótimo.

Nesse lugar temos agua, energia, dump para o esgoto, wi-fi e ainda podemos lavar roupas. Encontramos a Lo ra na chegada limpando o terreno,que no inverno cai muitas folhas e o gramado quase desaparece.  Conversamos um pouco e nos instalamos. ainda fui ajudar a Lora a tirar um pouco das folhas mas já chegamos um pouco tarde.

No dia seguinte, ajudei a Lora no serviço de limpeza e ela almoçou conosco. Ao final do dia ela recebeu uma ligação do filho dizendo que um tornado estava vindo em nossa direção e que poderia não ser seguro ficar na região, porque a casa está em meio a muitos pinheiros.  Verificamos pela internet que fortes tormentas acompanhadas de um possível tornado estava varrendo o Texas de norte a sul indo em direção a Flórida e passaria por nós em 1 ou 2 dias. A Lora decidiu ir para Tyler, em sua casa há duas horas daqui e nós fomos para Lufkin há 30 minutos.

Estacionamos no Walmart e ficamos observando o que as pessoas fazem. Tudo parecia muito normal, ninguém estava tratando de fazer nada se tratando de um tornado vindo em direção a cidade. Eu falei para a Janeh que faríamos teoricamente o que as pessoas que vivem ali fazem. Se não fizerem nada, não faríamos nada. Se percebêssemos alguma movimentação buscaríamos abrigo no Walmart e deixaríamos o carro. Lembrei que o Gui e a Jana estavam na mesma situação porém em Houston. Passei uma mensagem para que eles buscassem informação sobre o tornado na região em que estavam e que buscassem abrigo. Porém, ficamos duas noites em Lufkin no estacionamento do Wlamart e apenas uma leve chuva com um pouco de vento. Ele se desviou de nossa direção. Mais tranquilos retornamos a casa do Lago.

A Lora voltou e tudo voltou ao normal. Aqui nos dividimos ajudando na limpeza do terreno (veja o video no nosso canal Rodando pelas Américas), em gratidão ao local que estamos com a infraestrutura e fazendo nossos trabalhos de freelancer.

Esse lugar nos dá muita paz, e gostamos daqui. Quem sabe após sairmos retornaremos mais uma vez no final do ano.

Leia mais em Post 8: #rumoaoalasca

 

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