Argentina - Los Antiguos a Gualeguay-chu
Argentina - Trajeto XII: Los Antiguos - Rada Tily - Camarones - Trelew - Puerto Madryn - San Antonio Oeste - Bahia Blanca - Azul - Chascomus - Gualeguaychu
28/03 - De Volta à Argentina - Rada Tily
Acordamos cedo, com o barulho do caminhão do Cristian saindo para pegar a balsa. E a tempo de contemplar o nascer do sol! Um visual maravilhoso. Levantamos, ajeitamos tudo, nos despedimos mais uma vez de Margarita e seguimos para a fronteira!
Tudo muito rápido e sem contratempos e retornamos a Argentina!
Passamos por Los Antiguos, a terra da Cereja, por Perito Moreno, onde passamos no mercado para pegar comida e seguimos viagem. Estávamos sem gás e tentamos, sem sucesso encher pelo caminho. Pretendemos chegar na SurGas de Comodoro Rivadávia hoje ainda.
Paramos para almoçar e seguimos viagem! Na saída de Caleta Olivia, a estrada estava fechada por causa de um manifesto, isso nos tomou mais de meia hora, por vias alternativas! Chegamos na SurGas e já estava fechado!
Seguimos até o Balneário de Rada Tily, onde já ficamos antes de irmos ao Chile, para dormirmos na costaneira.
Hoje foram quatrocentos e vinte quilômetros! Dia cansativo! Mas o barulho do mar é um relaxante perfeito! As nove horas nós dois já estávamos na cama! Gratos por mais um dia e por estar de volta à estrada!
29/03 e 30/03 - Camarones e Pinguinera Cano dos Bahias
Despertamos cedo e a tempo de assistir o nascer do sol! Lindo! Sempre nos encantou o por do sol, mas vê-lo nascer é, também, um espetáculo e tanto! Nos faz lembrar que mais um dia nasce, trazendo-nos inúmeras oportunidades de brilhar, de sorrir, de influenciar e de aquecer, com o sol! E que cada dia é um recomeço! Uma oportunidade de agradecer a Deus pelo dom da vida! Um novo nascimento! Louvamos a Deus pelo dom da vida!
Ajeitamos tudo e fomos para a SurGas, pensando em tomar café depois de enchermos o gás! Chegamos lá eram perto das nove horas e fomos os primeiros a sermos atendidos, e depois a fila só aumentava! Nosso botijão possui uma válvula especial padrão dos demais países, pois no Brasil, pra variar, é diferente de todos os demais países da América! Ao nos entregarem, o Toninho percebeu que tinha um vazamento e, resultado, ficamos quase duas horas esperando que resolvessem o problema!
Passamos nos mercado, achando tudo muito caro nesta região, e seguimos em direção a Camarones. Mais 270 km de retas infindáveis em uma paisagem nada atrativa. Esta região petroleira é muito seca e a paisagem, salvo quando a rodovia é as margens do Atlântico, não tem nenhum atrativo! O que faz a viagem parecer ainda mais longa!
Em Camarones, paramos no centro de informes turísticos, onde soubemos que final de semana teve a festa Nacional do Salmão, e os moradores subiram o preço de tudo na cidade! Achamos engraçado ela nos avisar! O camping municipal que, a princípio era para ser gratuito, está, segundo ela muito caro ($210 pesos para nós, média de R$60 reais). E avisou que os restaurantes também estão caros! Nos informou que poderíamos ficar na costaneira sem problemas!
Camarones, capital nacional do Salmão, é uma cidade de mais de duzentos anos, com uns 1500 habitantes, onde viveu o ex presidente Juan Peron, com seus pais alguns anos de sua infância e onde seus pais viveram! Uma cidade praiana com casa históricas e uma costaneira encantadora! Procuramos um ponto e nos instalamos!
No dia seguinte, despertamos com o sol nascendo! Levantamos, tomamos café e fomos para a praia curtirmos a manhã! O Toninho tirando algumas fotos e eu, somente aproveitando o momento! De repente, o Toninho chamou minha atenção e olhei para o lado, tinha um pinguim todo faceiro, se sacudindo todo para tirar a água. Parou do nosso lado, como se não tivesse ninguém, e ali ficou! Tiramos fotos, gravamos, e ele,nem um pouco preocupado com a gente! Muito tranquilo! Assim passamos a manhã! Na companhia do nosso mais novo amiguinho!
Saímos para visitar os dois museus da cidade mas somente o que fica no local da antiga casa dos pais de Juan Peron estava aberto! Tinham nos falado que era gratuito, mas a moça queria nos cobrar! E, depois de muita conversa, de $60 pesos por pessoa, pagamos $15 pesos para os dois! E valeu a pena. Oportunidade de conhecer mais sobre este homem que revolucionou a Argentina! Interessante que foi casado por três vezes, e suas duas primeiras esposas, morreram bem novas! A mais conhecida, que o acompanhou na presidência, pelo menos no primeiro mandato, e que se tornou como a mãe espiritual dos Argentinos foi Eva Peron. Conhecida carinhosamente como Evita, foi casada por sete anos e morreu no primeiro ano do segundo mandato de Juan Perón!
No local é possível ver ainda uma réplica (pois a casa original pegou fogo) da casa dos pais de Juan Peron, com os móveis e objetos pessoais da família!
DESTAQUE:
A IMENSA PINGUINEIRA CABO DOS BAHIA
Saímos e resolvemos visitar uma pinguinera que fica vinte e oito quilômetros de Camarones, em estrada de rípio. A estrada, tirando a nuvem de pó, estava muito boa! Entramos no parque depois de vinte e cinco quilômetros e não tivemos que pagar nada! Dirigimos por mais três quilômetros e chegamos a uma passarela de setecentos metros que acaba em um mirante a beira do Atlântico.
Ao descermos do carro já era possível ver a enorme quantidade de pinguins! A passarela passa sobre a colônia, permitindo vê-los a menos de um metro sem importuná-los! Até onde nossos olhos alcançam vemos pinguins, que estão na fase de trocar as penugem! Um espetáculo! Esta é, de longe, amais bela e a melhor pinguinera que visitamos! E de graça! Um trabalho muito bem feito dos guarda-parques aqui!
Ficamos ali por mais de duas horas! Nem da vontade de ir embora! Ao final da passarela damos de frente com o mar, onde vemos mais uma infinidade de pinguins e uma ilha de lobos marinhos! Valeu muito a pena o passeio! Na saída ainda conversamos com a guarda-parque que nos contou algumas curiosidades sobre eles.
Os pinguins são monogâmicos e voltam todos os anos para os mesmos ninhos, escolhidos pelo macho. Eles ficam seis meses por aqui, onde as fêmeas têm dois ovos e cada um cuida de um, até os filhotes estarem independentes e prontos para sair! Aí eles trocam sua pelagem num período de vinte dias, em que não comem, e em abril voltam ao mar seguindo as correntes marinhas, atrás de alimento, até o brasil! Retornam em seis meses repetindo o siclo.
Quando o macho morre, a fêmea volta a seu ninho e espera ser convidada por outro pinguin para ir a outro ninho e procriar. E se o macho perde sua fêmea, busca outra fêmea para procriar trazendo-a para seu ninho!
Foi uma tarde ótima! Voltamos a Camarones depois de um dia e tanto! Foi uma experiência muito especial!
31/03 - Trelew
Despertamos as oito e o sol havia acabado de nascer! O dia lindo, céu azul, depois de muito vento a noite e ameaça de chuva!
Tomamos café e saímos em direção à praia escondida! Temos 238 km pela frente! Nosso objetivo hoje é ver os elefantes marinhos! Nos disseram que é possível vê-los nesta praia! Chegamos a praia escondida e nada dos elefantes!
Encontramos uma praia linda e deserta! Ficamos por ali, passeamos, almoçamos! O Toninho chegou a ver duas orcas passando pela praia! Valeu a pena! Pensamos que, nesta época, chegamos tarde para ver os elefantes marinhos. Ficamos toda a tarde e resolvemos seguir até Trelew.
Chegamos ao posto Petrobras ao anoitecer e resolvemos dormir por ali.
01/04 - Puerto Madryn
E o mês de março nos deixa, dando espaço ao mês de abril! À noite foi tranquila para um posto. Passamos a manhã por ali e saímos perto do meio dia para visitar Rawson, a capital de Chubut! Passeamos pelas praias, e resolvemos ir a um restaurante comer um peixinho na playa Union. Fazia muito tempo que não comíamos um peixe e estava uma delícia!
Saímos em direção a Puerto Madryn. Chegamos final da tarde e seguimos até a playa Paraná! Estacionamos e tomamos um mate! O vento foi esfriando a medida que a tarde foi avançando! Final da tarde resolvemos subir a um mirante em uma rocha acima da praia e passar a noite por aqui. Um visual lindo a nossos pés! A praia com o barco encalhado com o reflexo do por do sol, é um quadro e tanto!
Nós ficamos por ali, tocando, cantando, e curtindo esse lugar incrivel!
02/04 - San Antonio Oeste
Fomos despertados cedo, seis horas da manhã, por carros que subiam para ver o nascer do sol. O detalhe é que vinham de festas e com o som nas alturas!
O bom é que assistimos o nascer do sol, o ruim é que este barulho durou até depois das oito e meia da manhã.
Passamos a manhã ali e depois fomos até o centro para dar uma volta e conhecer a cidade. Como é data festiva! Dia de comemorar a data da guerra das Malvinas onde morreram 649 soldados argentinos, toda a cidade estava em marcha lenta, somente turistas nas ruas, muitos estabelecimentos fechados, mas perfeita para caminhar e admirar o lugar!
Depois, seguimos viagem até San Antonio Oeste, passando pela praia de Las Grutas, um balneário simpático que deve lotar no verão. Paramos na costaneira depois de dar uma volta pela cidade, lanchamos, descansamos e seguimos viagem.
Paramos somente para registrar o lindo por do sol e os loros fazendo algazarra! Decidimos dormir no posto Esso em San Antonio.
03/04- Bahia Blanca
A noite foi bem mais tranquila do que imaginamos. Dormir em posto sempre é um risco!
mas esta noite foi ótima! Saímos as dez horas, pois pretendemos ir a Bahia Blanca e serão uns 400 km hoje!
A paisagem começa a mudar um pouco e as árvores e verde começam a aparecer!
O dia passou rápido! Paramos para almoçar em um posto Esso, em Pedro Luro onde, percebemos mais tarde fomos enganados pelo frentista! Vínhamos pagando $ 14,5 pesos o diesel e aqui estava $16,8 pesos! Estranhamos a diferença em menos de sessenta quilômetros e questionamos o motivo? E ele nos disse que dali para frente seria este preço porque o Sul tinha uma isenção de impostos que eles não tinham. Pensamos que se era assim, não tínhamos saída, e tínhamos que abastecer pois nos restava poucos litros.
Saímos dali procurando um lugar para almoçar e no primeiro Ypf que passamos estava dois pesos mais barato! Ficamos indignados com a cara de pau do frentista mentiroso! Fala sério!? Foram quase $160 pesos a mais! Mais de R$ 40,00! Moral da história: ainda somos muito crédulos, e oportunistas há em todo lugar!
Enfim, passada a chateação, seguimos viagem e final de tarde chegamos a Bahia Blanca. Estacionamos em um posto ACA Ypf que tem um hotel! O estacionamento fica um pouco retirado da estrada e imaginamos que a noite seria tranquila!
04/04 - Azul
Noite de chuva e tranquila para dormir. Levantamos as oito e meia, e as dez estávamos seguindo viagem, debaixo de muita chuva, depois de muito tempo sem ver água!
A ruta 3 neste trecho até sairmos de Baía Blanca é horrível, esburacada, e de velocidade lenta. Bem que nosso amigo Carlos Pimpão nos avisou que seria assim! Logo uns quarenta quilômetros mais a frente o asfalto normalizou.
Aqui as rodovias são margeadas de altas árvores, em diversos trechos, que abrigam muitos loros! Quando a chuva deu uma trégua, presenciamos uma revoada de inúmeros deles! E assim, foi o dia todo debaixo de água! Fizemos quase 400 km!
Chegamos final de tarde no Posto YPF ACA de Azul, onde resolvemos passar a noite!
05/04 - Chascomus
Depois de uma noite relativamente calma e agradável, o dia amanheceu e a chuva deu uma trégua!
Aproveitamos para tomarmos um café com umas medialunas fresquinhas compradas no posto. Hoje vamos até Chascomus, na casa de uma amiga brasileira que mora ali!
O caminho, com muito transito, principalmente de caminhões e, hora com chuva, hora sem, nos ía revelando uma paisagem sem muitas mudanças...
Quando entramos na RP 41 em direção a Belgrano, a rodovia ficou melhor e com menos trânsito pesado! Mais árvores ao longo da rodovia tornaram a viagem mais agradável! Chegamos às duas e meia da tarde em Chascomus.
06/04 a 13/04 - Chascomus - um lugar de descanso
Os dias em Chascomus foram dias especiais. Passeamos a noite pela cidade com a Marilaine e o Israel, lanchamos ao pôr do sol na lagoa no centro, fomos ao culto no domingo pela manhã, jantamos juntos com outra amiga brasileira, a Denise, conversas com a Denise e a cleusa, e ainda conhecemos o casal Xavier e
Yami, que nos preparou deliciosas empanadas saltenas e com quem tivemos momentos agradáveis cantando, tocando e louvando a Deus!
E conhecemos outras pessoas igualmente especiais. Os dias que passamos aqui, ouvimos muitas histórias e testemunhos, de lutas e vitórias, de dificuldades e de milagres vividos por Marilaine e seu precioso filho Israel! Fomos alimentados, não só fisicamente, mas em nosso espírito com a fé desses dois!
Juntos jogamos, assistimos filme, conversamos, passeamos, compartilhamos histórias, brincamos, louvamos, fizemos refeições, rimos e ao sair, choramos...
Dias especiais que nos deixarão saudades! Somos gratos a Deus por cada momento vivido ali!
13/04 - Gualeguay-chu
Saímos perto do meio dia e pegamos muita chuva na estrada. O trecho, até chegarmos na ruta 6 em direção a zarate, estava em péssimas condições.
Passamos na grande ponte Zarate sobre o Rio Parana, e na entrada tomamos um baita suspto com o preço do pedágio, $95 pesos!
A ponte é um espetáculo à parte, um complexo ferroviario ligando as províncias de Entre Rio a província de Buenos Aires, possui duas pontes com trinta km de distância entre si. com altura máxima de 130 metros. Destaque para a ponte estaiada General Bartolome Mitre com 110m de altura.
Resolvemos parar no Posto Esso em gualeguaychu para dormir.
Amanhã deixamos a Argentina é um misto de sentimentos nos tomam. A sensação de que a viagem sesta acabando, a inseguranca do cenario político brasileiro, dúvidas e certezas. Só nos resta entregar a Deus e seguir conforme Ele nos dirige.
14/04 - Entrar no Uruguai, adeus Argentina...
A noite não foi das melhores. Um caminhão frigorífico de Chapecó resolveu estacionar bem atrás de nós e fomos despertados toda a noite pelo motor que liga e desliga. Mas esse é o risco de dormir em postos.
Passamos pelo mercado onde compramos o básico, pois sabemos que Uruguai e mais caro. Fomos até a costaneira de Gualeguaychu, onde muitos aproveitam a hora da sesta para pescar, no rio que está bem acima de seu nível normal. Ali fizemos almoço.
Cruzamos a ponte internacional a tarde e novamente a fronteira Argentina/Uruguai foi rápida, simples, sem burocracia e sem a temida revista, o que nos deixou um pouco arrependidos de não termos comprado carne, frutas e verduras na Argentina.
Mas, são coisas que não se podem prever e é melhor pagar mais caro do que ver tudo ir para o lixo.