Guatemala

Um Lugar que Transborda Cultura Maia

Na entrada para a Guatemala, pela primeira vez, deixaram a Janeh fazer a imigração sozinha! Eles foram rápidos e atenciosos, nos deram um mapa e explicações. Depois a aduana, também foi rápida.

Decidimos ir a Antígua primeiro antes de subir em direção a Belize. Passamos a cidade de Guatemala, que lembra muito Curitiba, no clima, além de ser linda, grande, moderna, estruturada, muito limpa, organizada e interessante, e seguimos até encontrar a Caba  ñas Suizas

Foi um dia longo de muita estrada e chuva. Lanchamos e  pregados fomos dormir cedo.

Antigua Guatemala

As sete da manhã já nos colocamos em pé! A chuva tinha dado uma trégua, porém o clima ainda estava bem fresco e prometendo chuva. Pegamos a estrada em direção a Antígua e logo uma forte descida nos levava ao coração da cidade. 

Antígua, a primeira capital da Centroamérica (época em que toda a América central era um só país), é uma cidade histórica com estradas de pedra, o que me fez dirigir bem devagar. Fomos até a Polícia de Turismo. Ali nos informaram que não se cobra, mas também não dão nada, somente água e o espaço. Tudo bem, é aqui mesmo. 

Logo saímos e fomos ao centro, ainda era cedo e devido as festividades da independência, que seria no dia 15, muitas pessoas estavam chegando e logo ficou cheia. Fomos ao centro de informações turísticas pegamos uns mapas e saímos caminhar. Muitas ruínas, igrejas e conventos e artesanato por todo lado. O povo com bandeiras e rostos pintados, muita festa pelas ruas. Uma coisa que nos entristeceu foi que havia muita gente na cidade e todos os principais pontos turísticos estavam cheios, e a sujeira logo apareceu. Tirar fotos começou a ficar impossível. Mesmo assim batemos muita perna.

Comemos um prato típico na feira da igreja, nada muito forte e fomos passear mais. Final de tarde estávamos cansados e resolvemos voltar ao carro. Chegando ao carro,  falei com o guarda e perguntei se não teria uma tomada, e ele prontamente disse que sim! Tomamos banho e cama.

Depois de uma longa noite bem dormida, com clima bem mais agradável, acordamos, tomamos nosso café e fomos novamente ao centro ver o desfile das escolas e passear um pouco mais por outros lugares.

Na volta conhecemos o Franco e a Alejandra, um casal da Argentina que estão a 3 anos e 9 meses viajando em uma Kombi, carinhosamente apelidada de ''Chapolina". Eles trabalham com arte circense, escolas, jogos e teatro. A dois anos no Peru, em Arequipa adotaram na rua uma cachorrinha que chamam de Quipa, de Arequipa, e viajam com ela. A Janeh fez um bolo levamos um pedaço para eles e conversamos bastante sobre viagem e a vida.  

Lago Atitlán

Saímos em direção ao Lago Atitlán. Duas horas de estrada e saímos de 1500 m.s.n.m, fomos a 2640 m.s.n.m e descemos a 1600 m.s.n.m. novamente. Chegamos ao Tzanjuhu Hotel, que recebe RV. Um lugar lindo com a visão de três vulcões, o Atitlán, o Tolimã e San Pedro. O dia estava fechado, mas ficou melhor até o final do dia. 

Conversamos bastante com os Australianos Giles e Jane t Cooper e trocamos muitas informações e dicas, sendo que eles estão descendo ao sul e nós,  subindo ao Norte. Conhecemos também o Aldo Chavez, um peruano que vive em Miami, porém, viaja mais do que fica em casa. Com 35 anos já conhece muito do mundo e viaja sempre sozinho com barraca. Uma pessoa calma, educada e com ótimo papo.

O dia foi bom, ao final da tarde as núvens se dissiparam nos dando um lindo visual do lago e dos vulcões. Acordamos com sol. Tomamos café, lavamos roupas e nos despedimos dos Australianos e do Aldo, que estavam seguindo seus caminhos. Fomos ao centro caminhando e passeamos na rua das artesanias. Nos encantou mais as artesanias da Guatemala do que de outros países.

Fomos depois ao Museu de Atitlán, que conta a história do surgimento do Lago. Atitlán é originado da erupção de um antigo vulcão que existia no local há mais de 50 mil anos, e que abriu uma cratera que engoliu este e mais dois vulcões e fez surgir o lago e estes três outros vulcões que agora vemos!  Ali na região foram encontrados há 35 metros de profundidade muitos utensílios que comprovam a existência ali de uma grande cidade Maia.

Almoçamos, fomos ao mercado e voltamos ao camping. Aproveitamos a internet do hotel para atualizar o site, fotos, diário e as operações bancárias. Tudo em dia para amanhã só curtimos e, depois vamos em direção ao norte da Guatemala. 

Acordamos com um dia lindo, céu mais azul e os vulcões a nossa frente se mostrando como nunca!  Eu peguei meu violão e a bíblia e me sentei ao sol e fui ler, louvar, adorar, observar o vai e vem dos barcos que levam e trazem, mercadorias, turistas, e nativos da cidade de San Pedro para Panajachel. Alguns pescadores e todo o mover desse lugar. 

Quando me dei conta, uma cachorrinha estava dormindo embaixo de minha cadeira, a sombra de minha música e voz. Deus ministrou meu coração neste momento por causa do seu cuidado conosco. Ele quer que nos sentemos a Sua sombra e, ouvindo a Sua voz, descansemos, e somente isso.  

Saímos e confesso que mesmo orando como sempre fizemos, fiquei apreensivo com os freios do carro que,  quando chegamos, estavam bem baixos novamente. Subimos de novo a 2650 m.s.n.m e descemos novamente a 1500 m.s.n.m. Quando passamos em uma cidade mais confiável, localizei um lugar para balancear as rodas e manutenção de freios.  Trocamos o óleo, fizemos o balanceamento as rodas, abastecemos e seguimos em direção ao Leste. 

Rio Dulce


Chegando no Bruno's Hotel, nos instalamos e fomos ver o lugar. Um porto turístico cheio de americanos que vão e vem todos os dias com seus botes, lanchas e veleiros. Todo mundo falando inglês. Incrível que quando cruzamos a ponte, com mais de um quilômetro de extensão e a maior do país, caímos em meio a uma zona suja, comércio invadindo a pista, uma loucura. Mas atrás disso está o lugar que citei. Ficamos conversando e tomamos banho para tentar dormir no calor dos 30 graus. Vai ser uma noite longa.

Lago Izabal

Saimos de Rio Dulce em direção a Finca El Paraíso, no lago Izabal. Uma estrada com muitas curvas,  sobe e desce e umas crateras para ir desviando. Achamos o lugar com ajuda dos nativos locais, pois o GPS não achava. Chegamos, nos instalamos.

Fomos então ao restaurante ver como estavam os preços e frente ao cardápio com bom preço pedimos nosso almoço, pois estava muito quente para cozinhar do carro e compensou o valor. O lugar é um centro turístico, tem uma grande área de lazer, quadra, pode nadar no lago, pescar, restaurante e descansar. Tinha uma turma que chegou ás 8 h da manhã e já estavam na maior festa, mas fomos informados que eles iriam embora e ficaríamos sozinhos. Pensamos, que maravilha, o lago só para nós e silêncio. 

Como alegria de pobre dura pouco, nos até já tínhamos movido o carro para a frente do lago, quando chegou um grupo imenso de uma igreja com caixas de som, bagagens e mais bagagens. Era um retiro de um grupo cristão, de várias igrejas!  Pensamos que não seria possível ficar ali pois nosso carro estava bem no meio de onde eles iriam ter o seu evento. Lá fui eu retirar o carro e achar um outro lugar, o que não era problema, porém não parava mais de chegar gente e carro e ônibus. Aí a coisa ficou demais! Tudo bem, está anoitecendo, vamos dormir e amanhã vamos embora. 

O dia foi de muito banho no lago, demos comida aos peixes, descansamos e curtimos o lugar. Ao anoitecer, uma grande tormenta ao outro lado do lago começou a se formar, e conversando com o proprietário eu disse que era bom chover, para refrescar. Ele disse que ali não chove. Que todos os dias a chuva se forma doutro lado e não vem para cá. Que pena!  

Fomos tomar um banho juntos no chuveiro pois tinha muita gente devido ao grupo da igreja. Ficamos sem luz e em dado momento a Jane olhou para o chão e viu uma água escura. E eu estava me enxugando. A água estava suja, e a toalha ficou toda suja. Foi só risada... Devíamos ter ficado só com o banho do lago. Depois disso caiu a maior chuva. Foi só risada de novo, e fomos comer algo. Esperamos a chuva passar e fomos para o carro. Nos ajeitamos para dormir, isso já era umas 9 h da noite, e então, iniciou o culto de abertura do retiro que foi até as 00h. Pensa no barulho, esse dia foi cômico.

Tikal

Seguimos em direção ao Parque Nacional Tikal e nos informaram que levaríamos 5 horas. Pegamos a estrada em direção a Petén para chegar a Tikal. A viajem foi tranquila, a estrada estava boa, teve até uns trechos bom de retas que deu para dar uma boa esticada no motor.

Quando chegamos a Petén, fomos mais uma vez surpreendidos pela natureza mostrando-nos dessa vez o lago Petén Itzá ao nosso lado. Lindo, azul em meio a mata. Um local com uma boa estrutura turística com restaurantes, lojinhas e banco. Já eram 12:30 h e estávamos com fome e com calor. Achamos um lindo lugar com vista para o lago e um bom restaurante. Pedimos uma massa com camarão e especiarias e foi nossa comemoração de 23 anos de casamento.

Depois subimos novamente a serra para dar entrada no Parque Nacional Tikal. Pagamos 300 Qtz de entrada para os dois (R$ 86,50), seguimos mais 17 km a 45 km/h, pois fomos orientados a ficar dentro do limite pois existe monitoramento. Lá fomos nós a passo de tartaruga. 

O calor estava forte, e graças a Deus caiu uma boa chuvarada para refrescar. Chegando no parque fomos informados que o camping era a parte e teríamos que pagar mais 50Qtz, por pessoa (R$ 14,50), mas o nosso carro não entrava na área de camping pois estava alagada, e ficaríamos atolados. Disse a eles que então ficaria no estacionamento de concreto, e o guarda disse que não era permitido. Mas se eu fosse dormir tinha que pagar. Aí perguntei ao sujeito:

- Mas se não posso entrar no camping e não posso ficar no estacionamento e quero dormir e tenho que pagar, onde vou ficar?  - Ele pensou, conversou com um, com outro e disse então, que eu poderia ficar no estacionamento, mas não poderia circular no parque. E, após as 21:00h, não poderia sair de dentro do carro. O parque abre das 6:00 h ás 18:00 h e só é permitido circular neste período.  Fizemos um lanche no carro e nada de pôr o pé para fora.

Essa noite foi curiosa. Nós nos sentimos dormindo dentro do jardim zoológico de tanto bicho que escutamos a noite toda. De jaguar a periquito, macaco a esquilo. As 21h desligam tudo, e ficamos no meio do mato dentro do parque no maior breu. E aqueles bichos todos soltos. Foi interessante. Acordamos e as 6:30 h os dois exploradores do Mundo Maia estavam prontos para conhecer o parque. 

Depois de 30 minutos de caminhada já estávamos na praça central com os dois maiores templos em forma de pirâmide a nossa frente. Foi uma experiência única. Havia uma forte neblina e um silêncio fantástico no local e ao fundo o som de um ou mais jaguar urrando. Nas árvores macacos saltavam e faziam com que os galhos de movessem como se tivessem vida.

Pouco a pouco o tempo foi abrindo e ficamos ali tirando fotos e lembrando dos filmes do Indiana Jones. Lembra em muito o local. Com o nosso mapa em mãos fomos caminhando em meio a selva procurando os outros templos e ruínas.

Retornamos ao carro e resolvemos cruzar a fronteira para Belize que estava a 150 km dali. Arrumamos o carro e partimos. Tudo estava bem até que um trecho de uns 10 quilômetros em direção a fronteira não tinha mais asfalto. Nessa hora um carro com suspensão mais alta e 4x4 era bem-vindo, mas o Valente foi valente e nos levo em segurança. 

Na fronteira, a saída foi rápida e tranquila. Pagamos a fumigação e fomos a imigração de Belize...

Leia mais em Fase I -  Belize.

 

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