Belize
Belize em 3 dias
Nossa expectativa com Belize era resumida ao que conhecíamos pelas fotos e mídia, um local com a segunda maior barreira de corais do mundo. Com praias parasidíacas e sítios arqueológicos. E parece suficiente não é? Sim, pode ser. Mas nós tivemos uma péssima recepçao na fronteira e enfrentamos muitos dias de chuva intensa , que deixa o mar sujo, calor e uma infestação de pernilongos enormes, que deixou sequelas por mais de um mês... Saímos em três dias, com uma sensação de que não conhecemos nada... sensação real e verdadeira.
Depois de trâmites conturbados e agentes de péssimo humor, dirigindo percebemos uma forte influência norte americana nas propriedades e nas ruas. Noventa por cento da população é de pretos. Cade os branquelos? O Oscar, que conhecemos na Nicarágua, já havia me dito que as estradas em Belize são ruins, e são mesmo: cheias de buracos, e lombada não pintadas e nem sinalizadas. Mesmo dirigindo devagar e com cuidado pegamos umas três, e das grandes. Pedi a Janeh para dobrar a atenção comigo e me ajudar.
Seguimos em direção a Dangriga. Achamos o lugar com um pouco de dificuldade, as estradas não tem sinalização as ruas são cheias de grandes buracos. Chegando a Jungle Hut Hotel, fomos atendidos pelo German, um belizeno que fala inglês e maia. Fomos a dois supermercados, que são dominados no país pelos chineses, mas não tem frutas nem verduras, só muitos produtos americanos nas prateleiras, muito estranho. Não compramos nada.
Fomos dar uma volta e encontramos o senhor que quando estávamos procurando o camping nos deu boas vindas. Conversamos um pouco e confirmamos nossa impressão de que eles tem um certo orgulho, como se não fossem da América Central! Ele nos disse que eles são ingleses, não norte americanos e nem colombianos. Que em Belize não tem cocaína, mas eles tem uma ótima marijuana. Segundo ele, aqui não tem BK nem MCDonald, nada de marca americana. Enfatizou que língua oficial é o inglês britânico e não espanhol, que eles não tem nada com a Espanha. Nos passando a impressão de um povo orgulhoso, e não em um bom sentido, como se não quisesse ser considerado país da América central! Ele falou ainda que o país vive do açúcar, laranja, pesca e do turismo!
Belize City
Acordamos e decidimos ir a Belize city. Perguntamos ao German como era a estrada para Belize City, pois eu sabia que teria que voltar 60 km ou pegar uma via mais direta, porém acho que vi que não tinha pavimentação. Ele nos disse que não, talvez uns pequenos trechos não tinha pavimentação. E que levaríamos umas 3 h. Eu achei estranho, pois são apenas 70 km, mas vamos lá ver o que nos espera.
Pegamos a estrada já no início sem pavimento e quando cruzamos com a primeira camionete perguntei se estava na estrada correta e fui informado que sim, era o mais curto e melhor caminho. Então tá, pensamos que estaríamos em um pequeno país moderno com rodovias em ótimo estado e caímos numa transamazônica não terminada com nome de Belize. Mas, fazer o que? Ou é isso ou dar uma volta de 180 km. Vencemos o trecho em 2 h á 40 km/h e muito balanço, além do carro ficar vermelho de lama. Pra um 2x4 com 3500 quilos com pneu para asfalto, no saímos bem.
Fomos ao segundo ponto na Cucumber Beach Marine, a marina da cidade. Já tinha uma camper com um casal do Canadá, com três cachorros e agora nós. Até lavar o carro aqui é permitido. Fui eu dar uma geral depois da experiência off road. A Janeh foi lavar roupas. Fomos ao restaurante e pedimos pescado, veio um prato com salada, arroz e feijão, tipo um pequeno carreteiro e uma posta de peixe. A Janeh comeu metade, de tão grande que era a posta do peixe! Bom, pois sobrou para a janta.
A noite voltamos ao restaurante,para tomar um refrigerante e conversar um pouco mais. Impossível, os pernilongos mordiam (sim mordiam) por cima da roupa! Depois fomos para o carro e dormir. A chuva veio para refrescar e acabar com os pernilongos que já estavam quase levando o carro junto de tantos. Ligamos os dois aparelhos e ainda ficamos matando na mão. Foi uma guerra.
Durante a noite muita chuva e trovão fez com que a Jane não dormisse direito. Decidimos pela manhã ir ao mercado. Então compramos algumas coisas, compramos um creme antiinflamatório para a Jane pois as mordidas de ontem dos mosquitos ficaram com uma forte inflamação. Depois fomos dar uma volta e conhecer o centro de Belize, fomos ao Museu conhecer um pouco mais, já que as chuvas nos deixam sem muitas alternativas.
Voltamos a Marina e conhecemos os canadense do outro carro, o Mike e a Michelle, que na realidade ele é canadense e ela francesa. Conversamos e eles nos deram de presente um livro sobre o México que nossos amigos australianos Giles e Janet e os sul africanos James e Ingrit, nos disseram que deveríamos comprar, com todas as dicas sobre o México. Eles tinham dois e, como estamos indo ao México, nos presentearam com um.
Decidimos sair pra conhecer Corozal e talvez ficar mais uma noite e depois passar a fronteira para o México. Rodando pelas péssimas rodovias de Belize o GPS nos indicou um caminho a Corozal sem pavimentação. Iríamos visitar as ruínas de Atun-há, mas novamente, eram 14 milhas sem asfalto e muita chuva! Abortado a missão, paramos em um pequeno povoado e fizemos um café dentro do carro mesmo. Decidimos ir para a fronteira e mais uma vez voamos alto em mais uma lombada das grandes sem sinalização e pintura, com chuva não vimos. Sem danos, mas com mais vontade de sair desta rodovia do que nunca!
Entramos em uma pequena cidade que identificamos ser Corozal. Ficamos pensando como viemos parar ali, se tem duas estradas e não saímos da principal. Entramos e fomos procurando placa para a fronteira Santa Helena. Que placa que nada... Imagina achar uma placa em Belize! Perguntamos a um cidadão que falou para seguir o carro dele, e ele nos levou novamente a estrada. Na fronteira, um lugar sujo de lama, por causa das chuvas, mas sem aquele monte de agentes querendo ajudar. Da mesma forma que fomos mal recebidos na entrada, fomos na saída. Saímos frustrados e com a sensação de que perdemos algo no caminho...
Leia mais em Fase I - México.