México
O Golfo é Lindo!
Tínhamos muita informação de que o México tem muitos processos, um vai e vem, muitas taxas e impostos para pagar. Para nossa grata surpresa, o México tem uma ampla e organizada fronteira. Limpa, sinalizada, sem comércio em cima, sem agentes por todo o lado. Nada disso ali é permitido. Pessoas educadas e informando todo o processo que foi rápido, organizado e simples. Até para pagar as taxas pudemos utilizar o cartão.
A nossa frente uma linda rodovia duplicada, bem sinalizada e com trânsito educado. Na entrada da cidade de Chetumal posto de gasolina, um ao lado do outro, centro de serviço e atendimento, um paraíso. Avistamos o primeiro Oxxo, um lugar para comer que muitos viajantes nos indicaram.
Vimos uma farmácia e paramos para uma nova tentativa de comprar algo que trouxesse alívio as picadas dos pernilongos de duas noites atrás. Compramos um novo produto e seguimos. Avistamos um Walmart e paramos para dar uma volta e comprar mantimentos. Compramos, pão, vinho, carne, frutas e verduras e fomos em busca do Yax-Ha Resort em um pequeno povoado próximo de Chetumal, chamado Calderitas, de frente para uma baia com águas verdes claras e rasas, clima ótimo e tudo o que precisamos. Resolvemos ficar uns dias por aqui para ver se para de chover!
Laguna Bacalar / Tukum - Xpuhá
Saímos cedo com o sol alto já e queríamos conhecer a Laguna Bakalar e ver outros lugares até chegar em nosso próximo ponto. Como era domingo não queríamos ser surpreendidos com muita gente chegando no camping para passar o final de semana ou o dia.
Logo nos primeiros quilômetros ligamos o rádio e ouvimos que já eram 9:00 h. Ou seja, perdemos uma hora e ninguém avisou? Risos. Isso explica o sol tão alto. Passamos por um lindo Cenote de lagoa, sem caverna com uma água cristalina e azul, lindo.
Fomos adiante, e dirigindo descobrimos que qualquer lugar no mar do Caribe na região do México é lindo e vale a pena. Fomos então a Zona Arqueológica de Tulun. Ali fica uma antiga cidade Maia fortificada muito bem conservada e ótima para visitar. O horário e o dia estavam propícios para fotos. Para qualquer lugar que atirávamos tinha um lindo lugar e ótimas fotos. Logo na entrada da cidade, um guia oferecia seus serviços e juntos com mais dois casais entramos na negociação por $150 MXN por casal. Seguimos ouvindo suas histórias, sempre é melhor com um guia.
Saímos dali fomos para o camping Xpu- Ha. Uma estradinha sem-vergonha com umas grandes poças que emporcalhou o carro! Chegamos em um pequeno paraíso, desci e fui ver quem era o responsável. Perguntei para um, para outro e a resposta foi: “não sei, vê ali..., vê lá...”. Como um lugar como esse está cheio de gente, hotel, restaurante, tenda de artesanatos, área de camping e RV's e ninguém sabe de nada? Bom, eu escolhi um lugar, perto a outros RV's liguei energia e não
funcionou. O Estevan, um pintor alemão super prestativo e gente boníssima, do trailer ao lado, me ajudou com a tomada porque nem todas funcionam. Mostrou onde pegar água e pronto. Expliquei a ele que não tinha ninguém para dar informação. Ele disse que era assim mesmo, que eu me instalasse e amanhã resolveria.
Fomos dar uma volta na praia apreciar a brisa e ver as estrelas. Ficamos ali um tempo conversando. Quando retornamos ao carro para tomar banho a Jane disse que a água era salgada. São águas de mananciais ali perto, e são contaminadas pelo mar. Ou seja, tem uma proporção de sal e de água doce. Beleza, faz parte, vamos tomar banho salgado e dormir meladinhos.
Acordamos cedo e fomos dar um mergulho, a Jane usou o snorkel e ficamos ali apreciando. Resolvemos que seria só mais um dia de praia, de relaxar. E relaxamos tanto que ali, uma praia linda, de areia branquíssima, não tiramos uma foto sequer!
Retornamos ao carro e conhecemos a Nicole, esposa do Estevan que nos ajudou na noite anterior. Ficaram impressionados com a placa de nosso carro, porque vivem na Alemanha e sabem de Blumenau no Brasil por causa da Oktoberfest. Eles saíram da Alemanha, foram aos EUA compraram uma pick-up e um grande Trailer e trouxeram para o México. Estão construindo uma estrutura para deixar o trailer e, de tempos em tempos, voltam a Alemanha para trabalhar. Se pagamos alguma coisa? Não! Não apareceu ninguém até a hora que saímos!
A turística Cancún
Novamente na estrada, em direção a Cancun. Cancún é grande e muito movimentada. Repleta de resorts a beira do mar do caribe, é repleta de turistas. Fomos em direção ao camping Trailer Park Mecoloco, não foi difícil achar, nos instalamos e tudo certo. O Calor estava forte e passamos muito calor a noite novamente.
Resolvemos fazer o passeio a Isla Mujeres, já que não fomos a Cozumel, e é mais perto e rápido. Pegamos um taxi em frente ao camping e fomos até a estação Ultramar, com seus ferries ultra rápidos e modernos. Nos lembrou muito os Buquebus de Buenos Aires, porém bem mais barato.
Isla Mujeres
Fomos no andar de cima vendo o lindo e cristalino mar do Caribe, que é uma experiência indescritível a cor dessas águas com seus corais e recifes. Chegamos rápido: 20 minutos. Desembarcamos e logo em frente várias locadoras de motos e carrinhos de golf. Com o objetivo de evitar passar o dia andando no sol optamos por este último.Lá fomos nos, a velocidade de tartaruga passear ao redor da ilha.
Passamos no Discovery Dolphin e entramos para conhecer e nadar com golfinhos, leões marinhos e outros bichos. Não é barato, mas o pacote inclui acesso a todas as instalações do clube, comer em qualquer um dos três restaurantes, toalhas, comida e bebida, para o dia todo liberado, nadar com um grupo de até dez pessoas com dois golfinhos, direto no tanque no mar do Caribe, experiência única e espetacular.
Depois passamos o dia ainda no clube, até as 16:00 h (almoçamos, nos refrescamos com sucos e tomamos café. Depois saímos para dar a volta completa na ilha que é linda, cheia de encantos e lugares maravilhosos!
Curiosidade foi que quando saímos com o carro de golf, foi nos tirada uma foto, e quando devolvemos pedimos para o rapaz usar nossa máquina e fazer uma foto. Ele mostrou um impressa como recordação, e ficou bravo quando pedimos para fazer uma com nossa máquina. Ele muito a contra gosto fez de qualquer jeito e largou a máquina, e quando pedimos a outra pessoa para fazer a foto, foram rápidos em devolver meus documentos e quase nos expulsaram.
Resolvemos dar uma volta e pegar o ferry das 18:30 h, pois assim pegaríamos o pôr do sol no meio do trajeto e valeu muito a pena! Chegando ao camping, o carro estava um forno, mas era isso mesmo, banho, um lanche e cama.
Valladolid - Chichén Itza - Isla Aguada
Saímos em direção a cidade de Mérida e pegamos a via paga, pois dizem que a via livre tem muitas lombadas, e realmente a via paga é bem paga. Duplicada, muito bem sinalizada e somente nós! Ninguém passa por ali, pois é muito cara, coisa de R$ 40,00 reais o pedágio, mas também foi um só.
Logo chegamos à cidade de Valladolid e fomos a praça central e histórica buscar informações turísticas sobre o local. Fomos atendidos por uma doce senhora que nos indicou alguns pontos e um Cenote em pleno centro, que não poderíamos perder, fomos até lá, e já pedimos nosso “desayuno” mexicano.
Depois, descemos a caverna para conhecer o Cenote, com até oitenta metros de profundidade, com peixes e uma água transparente incrível. Uns turistas estavam se banhando.
Fomos ao Chichén Itzá ver as pirâmides Maias, considerado Patrimônio Cultural e a sétima maravilha do mundo moderno. Em pleno dia de semana, um calor escaldante e estava lotado de turistas da Europa e Brasil também. Realmente o conjunto arquitetônico com pirâmides e templos existentes no lugar de um tamanho impressionante! O templo dos guerreiros com suas paredes côncavas, que refletem o som até sete vezes, o templo das mil colunas, a Pirâmide de Kukulcán, são lindos!
O que nos chamou mais a atenção mais do que a beleza arqueológica do lugar, foi a grande quantidade de artesãos vendendo suas artesanias em pedra, cerâmica e madeira. As mais lindas que vimos até agora, a partir de $10,00 MXN e ou U$ 1,00 dólar apenas! Eles mesmos diziam que estava quase de graça. Dava dó, eram coisas lindíssimas, trabalhos artesanais, a um preço de atacado.
Isla Aguada
Resolvemos tentar chegar a Isla Aguada, é uma puxada, mas deve ser mais fresco pensamos. Mais estrada e passando pelo Golfo do México, ficamos pensando e comentando que estávamos tão longe de casa e cruzando o Golfo do México, com um lindo por do sol se precipitando a nossa frente! Quando avistamos Isla Aguada e o primeiro posto, pensamos rapidamente em abastecer. O tanque tem 100 litros mais a reserva, pois foram 100 litros. Bem na hora! Nunca colocamos tanto combustível!
Fomos assistir ao pôr do sol próximo a grande ponte de 3.220 metros de extensão, Puente de la Unidad. Um espetáculo maravilhoso. Depois, fomos para o Freedom Shores, RV Park da famosa dona Telma. Com uma ótima estrutura para Motorhomes, rampa plana, água e energia e descarte de esgoto ao lado da rampa, de frente para a baía, com uma pequena praia particular com coqueiros. Lindo! Acordamos com um visual lindo, uma brisa deixava a manhã mais fresca. Tomamos nosso café e vamos em frente.
Catemaco
Catemaco estava bem localizada com um camping próximo ao Lago e mais alto do que a Costa, o que nos indica, clima mais fresco. Foi uma correria, pois passar por Villa Hermosa foi um estresse, tempo quente, trânsito pesado, cidade grande, cansou, mas passamos.
Paramos logo adiante em um Oxxo, depois de 4 horas dirigindo sem render muito devido ao trânsito das cidades. Descanso, um lanche, café e pé na estrada. Estradinha cheia de lombadas, a cada cinco metros tem quase um meio fio atravessando a rua. Uma coisa que beira o ridículo. Dentro da cidade, eles atravessam uma barra de aço, e depois cobrem com asfalto ou concreto. Não tem outro caminho para Catemaco, então vai esse mesmo.
Depois o trecho fica melhor. Em um pequeno povoado nos aconteceu a primeira parada ridícula. Já passamos por muitos pontos de controle da polícia federal ou local, todos, tranquilos, não nos pararam e quando pararam não pediram os documentos, somente: “De onde vem? Para onde vão? Boa viagem.”. Neste pequeno povoado de umas 50 pessoas um carro da imigração do governo com um supervisor e quatro estagiários, ou novos funcionários, com suas roupas novinhas, quando viram um carro estrangeiro quase se jogaram no frente do carro.
O supervisor veio a Janela todo autoritário dizendo:
- Passaporte, imigração! - Enquanto eu pegava os mesmo, ele repetia a frase. Entreguei os dois e tirei uns papéis que estavam dentro, referente a nossa saída. Ele meio que aumentou o tom e pediu tudo, disse que era imigração e apontava para a logo na camisa. Entregou nossos documentos aos estagiários, eles deram uma risada e devolveram tudo de qualquer jeito e mandou seguir. Fiquei pensando, que péssimo exemplo!
Seguimos e logo estávamos subindo para 540 m.s.n.m, o que nos deixou mais felizes pois, o calor estava passando. Clima de serra, maravilha. Avistamos do alto o lago Catemaco. Achamos facilmente o Villas Tepetepan and RV Park, logo na entrada da cidade. Estava tudo escuro e entramos mesmo assim. Fomos recebidos por Caroline, uma Canadense que vive aqui em uma cabana. Ela nos deu todas as dicas, onde estacionar, onde ter energia e água e nos disse para ficarmos à vontade, pois o Jim estaria cedo e falaria conosco, sem problemas.
A noite foi ótima, depois de muitas noites muito quentes e fui falar com o Jim, proprietário do local. Fui até ele e me apresentei. Ele é americano, porém depois de 36 anos casado e sem filhos se divorciou e veio viver no México. Casou-se novamente e vive há doze anos em Catemaco.
Compartilhei com a Janeh que nesta noite sonhei com o nosso carro todo equipado e funcionando. É porque ontem fiquei vendo uma loja virtual com vários acessórios. Ar condicionado que pretendemos colocar no Valente, niveladores que pretendo comprar e um gerador de energia que vi.
Nosso valente saiu do Brasil aparentemente com tudo funcionando na casa, mas à medida que fomos avançando algumas coisa na parte elétrica estão piorando a cada dia. Agora a luz de 12 volts está pifando e praticamente estamos sem energia na casa. Nem conectado
na energia externa funciona mais. Vamos fazer várias mudanças, instalar um ar condicionado na casa, trocar o conversor de energia e o inversor, comprar um gerador de energia externo e substituir todas as luzes por LED. Trocar a bateria da casa, e o que mais for preciso!
Á tarde fiz um estudo no mapa e com nosso livro do México para traçar nossa rota a partir de amanhã. Acreditamos que em três dias estamos nos EUA. Paramos um pouco com o trabalho e fomos dar uma volta para conhecer o Malecón e centro de Catemaco. Com nossa cara de estrangeiros não param de fazer convites para passeio de lancha para ver macacos e a selva, o tempo todo, "monkeys, Jungle, lancha".
O Lago Catemaco é belo quando visto de longe e do alto, porém sujo quando vista de perto, além do mal cheiro resultado do esgoto da cidade sendo despejado ali. Uma lástima! Regressamos ao camping e vamos nos preparar para partir amanhã, um friozinho na barriga e uma ansiedade chata sempre vem, não sei como me livrar dela.
Cerro Azul
A noite foi de muita trovoada, mas sem chuva, foi bom pois refrescou e não deixou tudo molhado. Acordamos cedo, e as 7:30 h partimos em direção a Poza Rica, para um RV Park que marcamos. Logo que viramos a esquina caiu a maior chuva. Aquela que ficou a noite toda anunciando. Incrível que é sábado e parece que todos trabalham! Estava todo mundo na rua, comércio aberto, uma loucura! nós pensamos que sair sábado as 7:30 h seria tranquilo, não foi.
Paramos para abastecer em Vera Cruz, fomos ao Oxxo tomar um café. Depois de muito rodar, sem rodovias pagas e com muitas lombadas e povoados, decidimos mudar a coordenada que eu tinha por uma mais perto. Entramos na cidade de Poza Rica, o que foi a maior furada! Trânsito pesado, tudo parado, não gostamos do local e tivemos um trabalhão para sair dali. Resultado: mais horas perdidas!
Existem situações que você tem de ser maleável e mudar, mas tem certas coisa, que quando você ora a Deus e pede uma direção, ele lhe dá, se você mudar no caminho, vai ter problemas. Sim, Deus reverte, mas só depois de você ter errado. Lição aprendida.
Voltamos então, ao plano original e chegamos ao local que fica na beira da estrada, um hotel, porém bem simples, só para passar a noite, já seriam 18 h. O Condado Western RV Park estava alagado e não deu outra, meu carro atolou na grama. O Romulo, dono do hotel, ele me ajudou a tirar o carro de lá.
Conversa vai e vem com o Dr. Romulo me perguntou para onde estava indo. Eu lhe disse que estávamos indo para a fronteira de Matamoros, e ele se mostrou preocupado e nos aconselhou a ir por Monterrey e Nuevo Laredo! Falou da estrada e da preocupação que tem com os viajantes que passam pelo litoral. Nos aconselhou a mudar e ir até a cidade de Tampico e descer para Monterrey, por achar ser o mais seguro.
Eu perguntei ao Dr. Romulo qual era o 'perigo' que todos tanto temem nessa região. Pois estamos viajando de dia, com muito movimento nos dois sentidos e algumas barreiras policiais e do exército. O que pode acontecer? Ele perguntou se eu não leio as notícias, falou que tem muita gente que desaparece, sequestros, assaltos. Me disse para não viajar sozinho, sempre seguindo alguém, e nunca a noite. Pois bem, o mais rápido e lógico e seguir pelo litoral, somente uma cidade grande e nada mais. Uma tocada de 600 km estamos na fronteira.
Conversei com a Jane que disse que desde o início achou que deveríamos ir pelo litoral, ficou inquieta, pois Deus não fica mudando de opinião. Como viemos até aqui, sendo via litoral, mas a direção inicial era Monterrey, pensamos em amanhã seguimos para Monterrey e fim, só não queria ser irresponsável se isso for uma advertência dele.
Enchi o tanque de água para o banho e fomos dormir para amanhã, domingo, partir cedo, esperando que o dia renda.
Estados Unidos
A noite foi tranquila, e as 8 h já estávamos prontos para sair. Estava chovendo e a estrada está esburacada e é estreita, muito caminhão na estrada.Como sempre, após orarmos juntos vou ainda dirigindo e orando e falando com Deus. Estava inquieto com a questão de irmos para Nuevo Laredo ou seguirmos para Matamoros e fui refletindo e orando a Deus. Três cidades grandes para passar e um lugar incerto para dormir, isso não estava me convencendo.
Quando chegamos a cidade de Tampico abastecemos e fui em direção a cidade de Vitória, a estrada foi ficando melhor, mais movimento de ônibus em direção a Matamoros e caminhões. Quando chegamos no entroncamento para Monterrey e Matamoros, fui em direção a Matamoros. Fomos rápido, estrada sem duplicação, mas boa. Passamos por um povoado, tranquilo e depois mais um, alguns trechos a frente estão em obras e com chuva que estava caindo nos últimos dias, muita lama vermelha, sujou o carro como nunca em toda a viajem, mas passamos bem.
Fomos parados pelo exército que fizeram umas perguntas básicas e fomos liberados. Paramos em um Oxxo compramos um lanche, comemos e pé na estrada. Graças a Deus chegamos a fronteira no horário previsto, fomos a imigração, trâmite resolvido, trocamos pesos por dólares e, tio Sam aí vamos nós...
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