Estados Unidos - Memphis
Muita Coisa Ainda para Ver...
Redescobrindo o Arizona... Cottonwood Old Town
A Janeh estava achando muito chata a viajem por estas interestaduais e viu uma alternativa pelo interior e achou que poderia ser mais interessante. Então saímos e viemos por dentro, porém, uma área de muito deserto, e nada acontecia, rimos pois, estava tão chata quanto a I-10, mas seguimos e vimos algumas coisas curiosas como cidades ou comunidades inteiras de RV, não existe casas, somente um posto de combustível, um mercado e todos moram em RV’s.
Nós chegamos a Cottonwood, um pouco mais alto, um pouco mais frio, mas nos pareceu um lugar mais a nossa cara, mais o nosso jeito. Procuramos o centro de informações turísticas e pegamos algumas dicas. Seguimos ao Parque Estadual Dead Horse Ranch State Park, achamos um lugar e resolvemos ficar aqui por hoje e decidir amanhã o que fazer.
Nos instalamos, e a Janeh foi tomar um banho. Quando ela estava no meio do banho, a bomba ficou trabalhando, porém não saía água, e eu fui ver o que houve. Deu uma trabalheira, fui tentar descobrir porque não saía água e não entrava água. Qual o mistério? Forcei a entrada de água com pressão, num estouro da mangueira ela cuspiu uma bolinha que estava trancando o sistema. Tudo resolvido!
Foram dois dias de chuva intensa. E a chuva não deu trégua a noite toda. Parece que choveu mais nesta noite do que durante todo o dia de ontem. Nós estamos prontos para sair, mas a vontade de ficar é grande. Arrumamos tudo, mesmo na chuva, recolhemos as mangueiras e cabos, fomos fazer nosso dump station e tinha fila. Acho que mesmo com tanta chuva não fomos somente nós que resolvermos sair.
Mesmo assim, fomos dar uma volta no centro da cidade velha de Cottonwood, e nos encantamos com a simpatia de cidade. Logo na entrada eles mantêm uma velha oficina com posto de gasolina e com um carrão antigo parado. Dirigir por suas ruas é como voltar no tempo. Uma loja de velharias, ou antiguidades ao lado e assim segue a cidade.
Seguimos, sempre de carro, pois a chuva não dava sinal de parar. Atravessamos a velha Cottonwood e paramos na última loja da cidade, uma loja de hippies, e fomos dar uma olhada. Na sua maioria os artigos são roupas e adereços femininos, porém feitos por comunidades do Nepal. Produtos lindos, e muito bons. Achei um casaco que mostrei a Janeh e falei que era muito legal e nos parecia bem quente, compramos, pois frio é o que não falta por aqui e esse tipo serve para qualquer dia.
Linda Sedona, uma surpresa no caminho!
Seguimos em direção a cidade de Sedona e, graças a Deus, subimos um pouco e o tempo começou a melhorar. Sedona é uma cidade extremamente turística e cheia de resorts por todos os lados, porém está em meio a montanhas e vales de cor vermelha, o que eles chamam de Red Rocks. As casas e o comércio são pintados na cor de terra vermelha, o que deixa tudo mais fabuloso ainda. Paramos no centro e fomos dar uma caminhada. O horário já pedia comida e paramos em um restaurante italiano e fizemos um pedido. A comida veio bem servida o que resultou em um pedido para levar e uma janta.
Fomos para Flagstaff, a próxima cidade, em meio a uma serra com montanhas e um rio com muitas quedas d'água. Subimos bastante. Um mirante nos aguardava para mostrar sua beleza do alto. Chegando a Flagstaff, outra simpática cidade, com visual de uma grande montanha nevada nos deixou boquiabertos. Não temos certeza se é algum vulcão, mas parece muito devido seu formato cónico.
Em Williams, tivemos a doce surpresa de ver o trem que sai desta cidade e vai ao Grand Canyon, e não descobrimos certo ainda, mas ele parte a noite, e as pessoas que estavam embarcando já vinham de pijamas, foi hilário ver o povo de pijama na rua. Devido a altitude (2200 m.s.n.m.), e o horário de fim de tarde, o frio estava forte. Dirigimos e achamos uma rest área próxima a Sedona, a McGuireville Rest Area e ali ficamos. Amanhã, se o tempo ajudar faremos mais uns passeios e iremos para Phoenix.
Castle Montezuma, uma viagem no tempo
A noite foi boa e a chuva deu uma trégua. Ontem quando chegamos havia muita neblina, mas isso colaborou para limpar o tempo. Um sol tímido tentando aparecer. Sabíamos que estávamos próximos ao Castle Montezuma então, nos dirigimos até lá para conhecer. Logo na entrada um forte névoa encobria tudo, mas quando chegamos ao parque onde está o castelo estava limpo.
Uma grande curva em um rio com uma grande montanha de pedras esconde o que um dia foi uma civilização com aproximadamente 200 pessoas vivendo em cavernas nestas rochas e um verdadeiro castelo construído ali. Isso entre os anos de 1100 a 1420. Os homens caçavam e as mulheres cuidavam da casa e elas construíram tudo. Um povo tranquilo vivendo a beira de um rio que lhes dava, água, pesca e irrigava sua plantação! Não se conhece a exata causa de sua extinção, mas considera-se a chegada dos espanhóis, ou confronto com outros povos indígenas, que os consideravam uma ameaça por serem astecas! Essas e outras histórias ouvimos muito desde a América Central.
Music International Museum - um mergulho na história
Seguimos direto ao MIM. O lugar é bem grande e quase três horas foram pouco para ver tudo. Uma pena, fecham as 17h e tivemos que sair. Atordoados com tanta informação. Recomendo para quem gosta de música ou estuda música que entre no site e veja a riqueza de informações. Ou se puder, venha até Phoenix um dia visitar esse lugar. O mundo está exposto ali. Com vídeos e pequenas demonstrações da música nas mais diversas culturas. Em países que nem nos mais profundos dos meus sonhos, sonhei que exista. A palavra mesmo diz, todo ser que respira louve ao senhor, e o mundo louva sim com o que pode produzir música. Saímos riquíssimos de tanta informação. Até tontos e com dor de cabeça. Demos uma rápida passada na loja do local que nos surpreende com tanta coisa, tantos artigos relacionado a música que não se limita a uma camiseta.
Como já estava no final de tarde fomos procurar um Walmart para passamos a noite e aproveitar para rever a lista de provisões.
Penske Racing Museum
Acordamos e nos preparamos para ir visitar o Penzke Racing Museum, chegando próximo ao Museu da Nascar, fiquei boquiaberto com as lojas, uma ao lado da outra, de marcas como Porsche, Ferrari, Lamborghini, Aston Martin, entre outras. Inúmeras Ferrari novas e usadas, do ano, cor e modelo que você quiser; e das outras marcas também. Nem no Salão do Automóvel em SP, eu vi tanto carro junto! E ali, estavam, bem perto e acessível. O valor é ridículo, você pode pagar dois mil dólares por mês e sair com sua Ferrari, ou até por muito menos que isso. Tem Ferrari ou Lamborghini usadas por cento e cinquenta ou até por cinquenta mil dólares. Sem comentários!
Fiquei tão atordoado que não encontrava o museu, bem no meio das lojas. Foi hilário, demos duas voltas na quadra até achar o museu. No museu, a única restrição é não tirar fotos dos carros com propaganda Marlboro. A história da Nascar, 500 milhas de Indianapolis, entre outras, está ali. Todos os carros completos, com motor e tudo! A galeria de miniaturas é também algo fantástico, e a visita é finalizada com a galeria de troféus. O nome do brasileiro Emerson Fitipaldi, está lá assim como seu título e carro!
Uma viagem no CAF Museum
Saindo deste lugar mágico para quem gosta de automobilismo, fomos ao museu de aviões. Outra preciosidade, com muitas informações, com vídeos, fotos, textos, contanto a história americana de seus aviões de combate, muitos originais até com armamentos. Tivemos a sorte de estar lá um velho B17G! O famoso "Sentimental Journey", que, quando estávamos estacionando, vimos chegando. Chegamos perto e um senhor muito simpático de nome Ken veio até nós e começou a nos dar informações sobre essa belezura! O mais emocionante foi quando ele disse, vocês podem entrar, se quiserem. Um sonho de criança sendo realizado, entrar dentro de um grande avião de guerra. Ele leva dez pessoas e tem 11 metralhadores além das bombas internas que podem ser soltas em voo. Fantástico! Todas as informações e os outros aviões e helicópteros que atuaram em guerras como a do Vietnã e contra o Japão, contra a Alemanha, foi uma viajem na história.
Onde dormir está noite? Pegamos a I-10 em direção ao Texas e seguimos até a primeira rest area que encontramos pelo caminho, a Dragoon Rest Area . Aqui a Janeh preparou uma janta: arroz fresquinho, feijão e um delicioso omelete com salada, perfeito! A noite promete ser fria, pois estamos novamente a quase 1500 m.s.n.m, e isso é para ser mais fresco, até pelo inverno, mesmo estando no sul.
Amanhã vamos sair do lindo Arizona, cruzar o Novo México e voltar ao Texas em Fort Worth. Obrigado Deus pelo teu amor e cuidado conosco e com o Valente.
Retorno a Fort Worth
Nós saímos da Rest Area e a primeira ideia era seguir direto pelaI-10 até a cidade de Las Cruzes e depois decidir se iríamos a El Paso e subir pela I-20 ou pegar alguma alternativa e ir até onde der e pegar a I-20. O tempo estava lindo, com um sol maravilhoso e um céu azul sem uma nuvem sequer. Eu pensei comigo que andando a 80 mph vamos chegar rápido.
Curiosidades da estrada é ver que nós andamos a 80 mph e muitos andam a 90, e a sua maioria mulheres. Creio que 90% dos carros são dirigidos por mulheres sozinhas ou com seus companheiros. Passamos por alguns grandes caminhões também sendo conduzido por mulheres. Aqui nos EUA eles tem um serviço no qual você aluga um caminhão ou um trailer e faz a sua mudança. Nós passamos por um desses com uma mulher dirigindo e rebocando seu carro lotado de coisas dentro. Foi só risos dentro do Valente. Esse país é mesmo livre, cada um faz a sua mudança do jeito que lhe convém.
Paramos na seguinte, próximo a Abilene, na Rest Area Abilene. A Janeh preparou uma mini pizza feita sem forno, uma delícia! Ela tem feito grandes pratos com apenas uma boca de fogão. Amanhã chegaremos a Fort Worth a tempo da apresentação das meninas na escola.
Na estrada encontramos muita neblina na região, passamos por grandes campos de plantação de algodão e um grande parque de energia eólica. Na realidade passamos por muitos aqui nos EUA.
Chegarmos à escola das meninas e perdemos somente a primeira apresentação da Desi, mas conseguimos ver as outras. As duas meninas, Katie e Desi que não sabiam que estávamos chegando quando nos viram deram um grito "Toninho!!!" e saíram correndo da sala e se jogaram em nossos braços.
Seguimos dentro da escola de sala em sala assistindo as apresentações de diversas modalidades na qual as duas participam. Após isso ainda restavam uma hora e a Brenda precisava voltar a sua casa, pois sua irmã estava de visita, e depois voltar e pegar as meninas. Nós nos oferecemos para ficar e aguardar e depois levá-las para casa.
Fomos até o carro e fizemos um lanche e aguardamos o final das aulas. Pegamos as meninas, que ficaram mais que felizes em ir no nosso carro.
Logo chegamos à casa da Brenda e tivemos a grata surpresa de conhecer a Laura, irmã da Brenda, que nos aguardava e tinha uma proposta. Estamos pedindo uma direção para Deus sobre nossa permanência aqui nos EUA e precisamos decidir se ficamos mais ou se iniciamos nosso retorno! A Laura tem várias casas aqui nos EUA e, uma em especial, ela aluga e precisa de alguém para cuidar e dar uma manutenção. Fez uma proposta e conversamos e acertamos irmos com ela até a casa para dar uma olhada e acertar detalhes, assim teremos um lugar para ficar com internet, energia, água e podemos cuidar do local e sair também para pequenas viagens. Estamos orando para que Deus confirme isso.
Conversamos um pouco e comemos algo juntos na casa e depois fomos dormir no Valente. Uma noite silenciosa depois de tantas rest areas! Isso é muito bom! Deus é muito bom!
Hoje o dia foi de muito trabalho na cozinha com o Randy cortando carne dos veados que ele caçou e a Brenda armazenando tudo no freezer. A Jane ajudou a Brenda com as embalagens da carne. Eu fiquei com as meninas Katie e Desi brincando do lado de fora. Mais tarde, ajudei a Brenda com os enfeites de natal, que precisavam ser colocados do lado de fora da casa e jantamos todos juntos!
O Randy comprou a árvore de natal e agora a Brenda e as meninas precisam decorar. Ficamos por dois dias, apreciando o tempo em família, ajudando a limpar o quintal, jogando sequence, assistindo filmes, brincando com as crianças e ajudando com os preparativos para o Natal.
Colocamos Memphis no roteiro
Levantamos e nos preparamos para sair em direção a Memphis. Quero fazer uma visita na fábrica da Gibson. Passamos por Dallas com um pouco de chuva e logo o tempo ruim ficou para trás. Nossa viajem foi tranquila. Paramos na Rest Area, já no Arkansas, perdemos a foto da placa “Welcome to Arkansas”, pois um caminhão encobriu a placa e não vimos.
Nesta Rest Area também tem um centro de visitantes onde pegamos algumas informações e descobrimos um pouco da história do Presidente Bill Clinton, que nasceu, se formou e se tornou Governador e depois Presidente dos EUA. Sua vida política basicamente foi no Arkansas onde nasceu e estudou.
Mais uma parada na Rest Area Hallsville e decidimos não dirigir até Memphis hoje, pois já está escuro, apesar de ser 17:30h, e a próxima rest area está a uns 100 km, esta era boa, com separação dos caminhões e carros e ficamos ali.
Enquanto a Jane preparava algo para comer eu saí dar uma volta e esticar as pernas. Próximo ao nosso carro tinha também uma camper Van e ele veio falar. Conversei um pouco e Peter ficou fascinado com nossa aventura. Ele mora em Albuquerque NM e está indo ao norte com sua esposa. Eles viajam com o seu carro há dez anos e trabalha para o exército americano.
Memphis
Entrar em Memphis foi super fácil! Sabíamos que não é uma cidade muito pequena e por ter muita atração turística, pensamos que o trânsito seria caótico, como o de Los Angeles e da Califórnia. Nada disso! Uma linda ponte, cortando o rio Mississippi, na entrada divide os estados de Arkansas e Tennessee, e no meio da ponte a placa de “Welcome to Tennessee”. O trânsito e o centro da cidade nos conquistaram de cara! A mistura da cidade moderna com Old é genial! O lugar respira música!
Visita a Fábrica da Gibson
A Fábrica da Gibson fica bem no centro, ao lado da Beale Street, rua onde tem o BB King Club, o Hard Rock Café, entre muitas casas ou clubes de Jazz, Blues e música Soul. Em frente da loja e da fábrica, somente atravessar a rua, está o Museum Rock n’ Soul Memphis.
O primeiro tour pela era somente ás 11:15h, como chegamos ás 10:00 h, tive tempo o suficiente para testar todas as guitarras possível! Nunca havia feito isso e foi lindo, mágico, simplesmente ir até a prateleira e pegar uma Gibson LP custom e ainda escolher a cor, ou um “59”, ou “58”, tocar com a “Lucile” modelo do BB King... Isso tudo estava também a disposição no Museum e Fábrica da Fender em Corona CA, mas para quem é fã da LP Gibson, muito melhor poder descobrir as diferenças, tocando, mexendo e plugando, qualquer guitarra. Foi lindo demais! Perguntas? Envie um e-mail em Contatos ou passe em nossa página do face, no post da visita a Fábrica da Gibson.
Tudo Aqui Respira Música
Depois, fomos ver o Museum Rock n’Soul. O ponto alto para mim, nesse lugar, foi conhecer, ver e tocar, a mesa de mixagem do Sun Records, lendária gravadora que também pode ser visitada, onde grandes nomes da música gravaram, inclusive a famosa “Starway to Heaven” do LED ZEPELIN. Foi demais ver as fotos e a mix ali na minha frente!
Saindo, fomos dar uma volta pelos arredores, ir até a praça do Elvis Presley, tirar fotos e mais fotos, andar pela famosa Beale street e entrar e comer alguma coisa em um dos muitos clubes de música onde muitos ícones da música americana, do Jazz ao Blues, iniciaram suas carreiras.
O lugar está conservado, limpo, a comida é maravilhosa e o preço não é exploratório. Aqui neste lugar se você pudesse enxergar as partículas do ar, deve ter notas musicais voando por todos os lados, porque parece que tudo aqui respira música.
Saindo dessa região fomos até o Sun Estúdios, mas é fechado nas segundas. Fui na Stain Blues Guitar, onde eles fabricam as famosa guitarras de cigarreiras, ou cigar box guitar. Uma loja hand made onde me permitiram, mais uma vez, ficar à vontade e testar as guitarras do lugar. Testei um pequeno e valente amplificador St. Blues de 15w valvulado com trêmolo e reverb de mola perfeitos
Retornamos ao centro para dar uma volta a noite e antes passamos no centro de visitantes, coisa que deveríamos ter feito quando chegamos a cidade, mas a pressa de chegar à Fábrica da Gibson nos impediu. Ali, encontramos um estátua de BB King e outra do Elvis. Como era final de tarde, a ponte sobre o Mississippi river toda iluminada, foi palco para fotos.
Mais algumas informações e retornamos a Beale Street agora para comer algo e ver alguma banda de Jazz ou Blues, já que as opções são muitas. Primeiro achar um lugar para estacionar, não foi tão difícil! A Jane sempre vigilante e em todos os lugares ela dizia que não podia! Porém estavam cheios de carros e todo mundo parando e nem aí. Mas nós não podemos fazer nenhuma infração.
Fomos ao Hard Rock Café mas já estava lotado e a banda se preparando para entrar. Decidimos buscar algo mais tradicional e fomos ao outro lado da rua no antigo e respeitado BB KING CLUB. Detalhe importante: as bandas aqui começam a tocar as cinco ou seis horas da tarde e tocam até às dez somente! Isso é ótimo. Não é permitido fumar nos locais, o som é de primeira qualidade e o isolamento acústico também é. Podemos ver a banda dentro do clube através das janelas e não ouvimos nada na rua! Você escolhe e entra. Fantástico!
Entramos e vimos um power trio com Memphi sjones, tocando sucessos do Elvis, ótimos e divertidos músicos! Depois, a banda de blues da casa: B.B. King’s Blues Club All-Star Band! seis homens, simplesmente chegaram, ligaram seus instrumentos e começaram a tocar. Eu e a Jane paramos e nos olhamos. Como assim? Sem passar som, nem nada? Sim! Som perfeito e tocavam muito Blues. Pedimos algo para comer e ficamos ali por umas três horas ouvindo o bom Blues de Memphis.
Saímos e fomos à procura de uma rest area mais próxima, mas quando chegamos lá, estava fechada. A próxima ficava um pouco distante então, resolvemos ir a um Walmart e ali mesmo nesta avenida!
Paramos e enquanto a Janeh foi tomar um banho eu fui comprar pão e suco. Dentro do Walmart na Graceland Não me senti intimidado, mas todos me olhavam como se eu fosse um ET. O que um branquelo está fazendo na área dos black people?
Mas o dia foi fantástico! Queria poder ficar aqui mais uma semana!
Graceland, a casa do Elvis Presley
Dia de conhecer a Graceland, mansão, museu, parque e lojas de tudo relacionado ao Elvis Presley. Seguimos pela Elvis Presley Blvd e a Mansão estava fechada as terças. Porém hoje podemos andar pelo parque, visitar o museu automobilístico, e galeria de roupas, e mais algumas atrações do parque. Até dois aviões de uso pessoal estavam abertos, além do acesso aos túmulos da família.
Pensamos que valeria a pena e compramos os bilhetes e nos disseram que poderíamos voltar manhã para ver o que estava fechado hoje. Como estava bem vazio, foi bom para as fotos, pois não tem aquela multidão perto. Saímos e fomos tomar um café em um lugar que nos remeteu aos anos 60. Aquelas típicas lanchonetes com a Jukebox, cores pasteis, mesas da época e o cardápio também. Ficamos ali um tempo e iniciamos o passeio pelo Museu dos carros do Elvis.
Ele era um amante da velocidade, cinema, cavalos, aviões, e quase tudo o que o dinheiro pode comprar. Ali estão seus carrões e história. RR, Ferrari, Cadillac entre outros, que ele chamava de “brinquedos”.
Saindo dali direto para a loja de souvenirs, e não são poucas, deve ter umas seis lojas ou mais! Elvis morreu, mas quem está vivo se preocupou em ganhar um bom dinheiro com sua memória, com todo o respeito! Você pode comprar desde calcinhas e cuecas com o nome do rei até roupa de cama, acessórios para cozinha, livros de culinária e joias!
Entramos da sala de vídeos sobre a vida do Elvis onde ele nasceu e viveu em Tupelo, e depois mais loja de souvenirs. Vimos as roupas que Elvis usou por muitos shows e não há tempo para ler tudo e ver todos os vídeos. Saímos dali e atravessamos a Elvis Presley Blvd onde a faixa de segurança de pedestres tem seu rosto pintado e uma placa enorme na entrada! Entramos no propriedade onde está a mansão, e logo na entrada fomos revistados, e não se pode entrar com filmadoras! Detalhe é que nossa máquina fotográfica e celulares filmam, mas nos deixaram entrar com eles!
Na entrada da propriedade temos acesso ao exterior da mansão, piscina, túmulos, jardins e vista para o haras com alguns animais. Em um dos museus vimos um vídeo do interior da mansão, e então pensamos que não valeria a pena esperar mais um dia todo e pagar o valor somente para entrar na casa. Retornamos até a bilheteria e explicamos que não iramos ficar para o próximo dia e estornaram nosso pagamento. Maravilha, isso é EUA, aqui as coisas funcionam! Não usou? Não paga! Não serviu? Devolve! Não gostou? Devolve! Simples assim!
Fomos almoçar e neste tempo aproveitei para fazer umas movimentações bancárias e pagamentos. Descobrimos que o dólar está a R$ 2,99 reais, mais taxas. Ficamos tristes e perplexos com diariamente o dólar subindo. Quando saímos do Brasil a realidade era outra! Se tínhamos um orçamento para 12 meses, em 8 já se foi! Estamos orando e pedindo uma direção de Deus para termos alguma renda, pois assim não vai ser possível continuar com o nosso projeto.
Saímos pela I-40 no caminho inverso que fizemos na vinda a Memphis, e decidimos dormir em uma rest area Malvern depois de Little Rock e assim fizemos.
A noite foi fria sim, chegou a zero graus, mas não baixou mais que isto, como estava previsto. O carro ficou show, quentinho com o aquecedor a gás, sem problemas.
Zavalla - Casa do Lago San Rayburn
Acordamos e, como queremos chegar a Zavalla na casa do lago hoje no início da tarde, seguimos viagem. Paramos para um café e abastecimento e seguimos. A Brenda nos ligou dizendo que o carro da Lora estragou e eles iriam chegar só a noite. Decidimos ir até a cidade de Lufkin, há trinta minutos daqui e passar no Walmart, assim teremos tempo para ir e voltar. Compramos alguns suprimentos e, quando retornamos, eles já estavam ali.
Estava escuro, uma pena, e eles não iriam dormir ali, pois teriam que retornar a Austin. No lugar, que é bem bonito, encontramos uma propriedade muito maior do que imaginávamos, com um RV velho e um trailer estacionados. Muitas folhas por todo o terreno e está um tanto abandonado. A Lora nos mostrou o lugar, os limites do terreno, explicou o que precisávamos, fazer dentro e fora da casa, o prazo que podemos ficar ali...
Ela nos avisou que até março não tem ninguém agendado para alugar, então eles querem que a gente fique por ali, e vão nos pagar para passar uns dias ali. Podemos ficar na casa ou no nosso carro e sair e voltar quando quisermos. Esta nos pareceu boa proposta! O tempo está esfriando e prometendo chover. Então temos trabalho pela frente se o tempo ajudar. Decidimos ficar no carro e usar somente o banheiro, para não ter que fazer dump no Valente. É mais prático assim e, no mais, é como se voltássemos para casa. A Lora e seu esposo engataram o trailer na pick-up e levaram embora, e nós colocamos o Valente no lugar. Ficamos assustados com a dimensão do lugar! Mas aceitamos o desafio.
A Janeh, para variar se levantou cedo, arregaçou as mangas e foi ver onde estava o material de limpeza, dar uma inspeção na casa e começou a limpar. Eu fiquei um pouco mais na cama, levantei e tomei meu café tranquilamente, orei, li a bíblia e então fui dar uma volta para ver o lugar.
Minha tarefa é simples, porém extensa: recolher galhos, reunir em um lugar apropriado e pôr fogo; varrer as folhas e incinerar. Trocar lâmpadas, cortar grama, limpar a varanda e ao redor da casa e o que mais encontrar.
A Janeh, por sua vez, colocar roupas de cama para lavar e secar nas máquinas e dar uma geral na casa internamente. Limpar vidros e manter tudo em ordem. Colocamos a mão na massa e parávamos final de tarde para um banho demorado, navegamos um pouco na internet e depois ir dormir no Valente!
No primeiro dia tomamos café juntos e estávamos refletindo sobre os planos de Deus. Há uns anos, jamais imaginaríamos fazer o que estamos fazendo! Estudamos, nos formamos, construímos, compramos nosso apartamento, vendemos e agora dirigimos até os EUA, estamos na beira de um lago, no inverno, cuidando de uma grande casa com lareira e todo o conforto. Estamos atentos ao que Deus nos reserva e dá, não queremos perder a oportunidade de viver sabendo que Ele tem cuidado de nós.
Seguimos a semana seguinte neste ritmo.
Natal em Fort Worth
Vamos para Fort Worth para o natal com o Randy e família. Depois de quatro horas de estrada com um dia bonito de sol, coisa que já não víamos a alguns dias, chegamos! Compramos os nossos presentes. E a Brenda já estava ligando pois estava escuro e nada de nós chegarmos. Ela estava preparando biscoitos de natal e nós deveríamos estar juntos para, com as meninas decorarmos os biscoitos!
Mais dez minutos chegamos e foi aquela alegria das meninas, Desi e Katie, como sempre. Entramos, a janeh ainda ajudou a decorar alguns biscoitos com as meninas, contamos as novidades, jantamos juntos e preparamos as coisas para amanhã. A casa vai estar cheia.
Hoje é natal, pois ao contrário do Brasil, onde costumamos fazer no dia 24 a noite, aqui é no dia 25 pela manhã. Nos reunimos na sala, o Randy leu a bíblia, compartilhando o texto sobre o nascimento de Jesus e falando sobre o verdadeiro sentido do natal, oramos juntos e depois começou a abrir os presentes com as meninas. Foi tudo bem divertido, e depois fizemos um tempo juntos como família.
Fomos preparar o ambiente para receber os visitantes, e fazer o café, e lá pelas 10:30h, Randy Chunn chegou trazendo Melissa e as duas Brasileiras, Dani e Thais. Fizemos o café a moda texana e comemos em igreja e como uma família.
A Thaís e a Dani tocam e cantam muito bem, eu dei meu Taylor e ela pegou e ficou impressionada, como eu quando cheguei aqui nos EUA em 2012 pela primeira vez. Ela se sentou ao meio da sala, o Randy me emprestou o seu violão e ficamos ali louvando a Deus como igreja.
Passamos um dia muito agradável, cantando juntos, orando, comendo, jogando, compartilhando...
O Chunn saiu com todos, já no final da tarde, e nós ficamos com a família mais uma vez, ajeitamos tudo e assistimos ao filme It's a Wonderful Life, tradição da família! Muito especial! Vale a pena assistir!
Acordamos e ficamos na casa! Não fizemos nada em especial! Brincamos com as meninas, com os brinquedos de natal e nos divertimos muito. Descansamos e assistimos um filme.
Lake Sam Rayburn - Zavalla - TX
Resolvemos deixar a casa do Randy e ir em direção a casa do lago em Zavalla. As meninas e a Brenda então bem resfriadas e não queremos ficar também.
Último dia do ano, e desde cedo muita gente no WhatsApp e no facebook falando conosco, desejando feliz 2015! O dia passou logo e às 8hs da noite o Brasil já estava em 2015, e nós ainda temos que esperar quatro horas! Foi divertido falar com o pessoal no Brasil e brincar de como estava sendo o novo ano, pois nós ainda estávamos em 2014.
Depois disso ficamos conversando, jogamos Sequence e relembrando que no final do ano passado estávamos com a Mariana o Panda e com a Jô e o Clovis em Punta del Este, e ali declaramos que sairíamos em 2014 para nossa aventura! Um ano depois estamos nós aqui nos EUA, e quanta coisa aconteceu! Tantos países conhecemos, tantos lugares incríveis, tantas novas amizades e desafios. Vencemos e conquistamos, mas ainda sinto que temos muito mais até voltar ao Brasil. Temos muito chão pela frente.
Ajoelhamo-nos e oramos a Deus dando graças por tudo que vimos e vivemos e por tudo que vamos viver ainda. 2015 será um novo tempo, agora uma viagem mais amadurecida, quem sabe. Esta noite está chovendo e esfriou mais e, devido nosso estado de saúde, decidimos dormir na casa e não no carro.
Desde que saí de Fort Worth, eu estava iniciando uns pequenos sintomas de resfriado, e acordei com um pouco mais de convicção sobre isso, estou resistindo a tomar remédios e deixando meu organismo reagir. E hoje passei o dia lendo e tocando dentro de casa. Dia de descanso e muita chuva lá fora. A Janeh também, fez algumas coisas e depois aproveitou o dia e descansou!
Passamos os próximos dias na casa pois a temperatura não subia de 6 graus o que fazia o carro ficar uma geladeira. A noite foi a mais fria desde que chegamos à casa do lago: -1 graus às cinco horas da manhã. Essa semana vai ser de sol, mas com temperaturas bem baixas, inclusive durante o dia.
À tarde aproveitei que o telhado está mais seco e subi no telhado para terminar de limpar, mas ainda tem muito trabalho pela varanda. A Janeh continua firme nas janelas do lado de fora. Ao final do dia fui até o lago ver o pôr do sol, ou o reflexo dele, pois o sol se põe ao lado contrário do lago restando para nós o seu reflexo que não deixa de ser espetacular.
Neste período aqui na casa em Zavalla, TX, criamos uma rotina diferente, já que estamos dormindo e usando a casa e o carro está estacionado em frente. Não faz muito sentido ficarmos dentro do carro com uma casa tão aconchegante com aquecimento nos dias frios.
Alguns acontecimentos
A Copa Airlines nos devia quase dois mil reais de passagens aéreas que fomos obrigados a comprar para entrar no Panamá. (leia mais sobre isso em Fase - Colômbia. Essa questão também estávamos confiando e orando pois já se passavam quase cinco meses desde que tivemos que comprá-las e três meses desde que entramos com pedido de reembolso, e as chances de recebermos era pequena. Mas finalmente a empresa Copa Air entrou em contato e fez o deposito integral do valor. Saiba mais em Caso Copa Airlines. Motivos para glorificarmos a Deus!
Neste período também, fomos a cidade de Conroe, há duas horas de Zavalla para procurar uma loja da rede Northerntool pois eu sabia que ali encontraríamos o nosso gerador de energia de 2000 W, que vai nos auxiliar em muitos lugares onde não temos energia.. O gerador é portátil, ocupa mais espaço e tem que ter gasolina, e preciso ligar sempre que necessário, mas, para o que precisamos, funciona muito bem e vai tocar o ar condicionado, que temos agora, por até oito horas
Dias depois, fomos ao Walmart em Lufkin fazer a nossa compra básica de suprimentos e entrei na loja Discount Tire em busca de novos pneus para o Valente. Chegando próximo a loja de pneus, ouvi um carro atrás buzinando e logo ele estava ao meu lado. Dois homens em uma van com adesivo da DirecTV perguntavam se eu era do Brasil, eu respondi que sim e ele muito feliz disse ser do Uruguai. Porém já estava próximo a entrada da loja e disse que precisava entrar. Esse carro seguiu reto. Parei e infelizmente não tinham o que preciso.
Quando cheguei ao Valente, a van que havia me abordado minutos atrás com os dois homens estava ali. O Uruguaio se chama Jorge e seu amigo Rodrigo. Disse que gosta muito do Brasil e que tem muitos amigos brasileiros que vivem em Dallas. Conversamos e ele pediu para tirar fotos e me perguntou o que estava fazendo, expliquei a ele, e ele queria me ajudar de alguma forma. Aí eu lembrei que desde o dia primeiro de Janeiro a Directv da casa não estava funcionado e nós não podíamos solicitar um técnico, porque tecnicamente não existimos na casa. Expliquei a situação e o Jorge rapidamente me pediu o endereço e disse: eu vou lá resolver isso. Ele trabalha como prestador de serviço, e tem sua própria empresa, então poderia fazer isso.
Meia hora depois de eu chegar em casa ele já estava lá. Localizou um cabo rompido, consertou e pronto. A Jane fez um café e tinha feito uma cuca de banana que estava pela metade. O Jorge ficou tão feliz, que comeu a metade toda com café. Demos muitas risadas, conversamos e ele nos convidou para estarmos dia 31 em Dallas em uma festa de aniversário onde praticamente só terá brasileiros. Assim conhecemos uma pessoa e a cuca de banana pagou o serviço.
Hoje dia 23, eu estava olhando um dos pneus e achei que estava ficando a cada dia mais baixo. Em toda a viajem em 8 meses quase 9, tivemos somente um pneu furado no Peru. Eu disse a Jane que sairia para ir a uma pequena oficina para ver se o pneu tem algum furo ou não. Confesso que passei por esse estabelecimento por diversas vezes e pensei que poderia comprar nossos pneus ali, mas nossa intuição diz que nas grandes redes é que podemos encontrar o que precisamos. Porém, neste lugar, Deus colocou um outro homem, também chamado Jorge, que se prontificou a achar um jogo de pneus para nós. E depois de uma meia hora no telefone e na internet esse homem disse que achou os pneus. Um jogo por $650 dólares vindo de Dallas. Com taxas e tudo! Hoje é sexta-feira e ele disse que na terça estará aqui.
Muitas vezes Deus esta dando a direção e mostrando o lugar, ele não está negando dar o que pedimos, Só muitas vezes não nos dará da forma que esperamos. Mas nós construímos uma resposta em nosso coração e mente e ficamos passando em frente a resposta e não a vemos. Deus me perdoe por isso, e eu quero aprender a ouvir e ver mais de Ti.
Além desses acontecimentos neste período, tem sido um tempo em casal muito precioso, de amar, conversar, abraçar, beijar, e com Deus. Acho que nunca tivemos tanto tempo para orar, ler, cantar, tocar e adorar a Deus juntos. Esta casa tem sido um presente de Deus neste período de nossas vidas.
A partir do dia 24, os dias foram mais quentes e com mais sol, produzindo dias maravilhosos na casa do lago em Zavalla. Nós podíamos ver muitos pássaros, fotografar, além de ter mais ânimo para ficar fora da casa e concluir o trabalho que havíamos nos proposto.
No dia 28 foi dia de ir colocar nossos pneus novos na Jerry's Tire Shop. Chegando na loja o Jorge já estava me aguardando, e enquanto montavam os novos pneus a atendente pediu para tirar uma foto do carro comigo para o website e página do facebook da loja. Eu disse que tinha uma bandeira do Brasil e ela ficou toda feliz.
No dia 29, a Lora chegou com o Edi e a Grace e em seguida a Brenda com as meninas.É sempre ótimo rever amigos. A Lora e o Ed ficaram surpresos com o estado da casa, para a nossa alegria também. Elogiaram muito o que fizemos. Ficamos por ali, conversamos bastante e fui até a lago com as meninas e jantamos juntos.
A Lora e a Brenda foram embora e nós novamente ficamos na tranquilidade e paz da casa do lago.
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