Welcome to Canadá

Welcome to Canadá

Após 5 meses nos EUA, precisamos deixar a fronteira e seguir adiante. Eu (Toninho) penso que o Canadá deve ser os EUA melhorado. Estávamos a 19 km apenas e rapidamente chegamos na fronteira.

Como de costume, vimos duas estações de imigração a nossa frente. Restava saber se aqui precisamos fazer processo de saída em uma e entrada em outra ou se os dois processos são feitos em apenas uma. Na dúvida, paramos na primeira e a Janeh foi perguntar. Como de costume, o agente encheu a Janeh de perguntas, quem éramos, de onde vínhamos, o que estávamos fazendo ali, por que estávamos ali,... para no final dizer que não é ali. E nos mandar para frente, na próxima estação. Bastava ele dizer "saída e entrada no border do Canadá". Mas, deixa para lá.

Seguimos e na fronteira com o Canadá, alguns metros à frente, nem descemos do carro. Tudo pela janela, "desligue o motor, passaportes, para onde vão, pretendem ficar quanto tempo, tem drogas, armas ou mais alguma coisa? Boa boa viagem”. Não revistaram nada, absolutamente. Três minutos e estávamos no Canadá. Ficamos um pouco apreensivos porque não deram nenhum documento do carro, nem pediram seguro, sim, olharam os documentos, mas devolveram sem nenhum processo a mais.

Paramos alguns metros à frente para fazer uma foto na placa de Alberta, o estado canadense que estávamos entrando. Ao nosso lado, mais dois motorhomes americanos também pararam e perguntaram se o pessoal da imigração fez algum registro do carro. Falamos que não e eles disseram que do deles também não, então seguimos certos que estava tudo bem.

A entrada no Canadá foi um tanto estranha. Eu não me sentia entrando no Canadá, tinha uma expectativa de encontrar algo melhor, rodovias melhores, tipo um EUA melhorado. E entramos por uma zona bem rural. Ou seja, parecia o interior de Santa Catariana. Nada de especial. Rodamos até a primeira pequena cidade e encontramos um centro de visitantes. Paramos, pegamos algumas informações e perguntamos qual a grande diferença com a qual deveríamos ficar atentos entre EUA e Canadá e ela destacou foi que no Canadá são litros e quilômetros e não mais galões e milhas e que poderíamos encontrar os dois idiomas francês e inglês, porém o inglês era comum.

Fizemos nosso almoço ali no estacionamento, atualizamos informações na internet e logo descobrimos que nosso telefone e internet da empresa At&t que compramos nos EUA não funcionava mais no Canadá. Isso que perguntamos quando fizemos a compra se funcionaria no Canadá e ele afirmou que sim, México, EUA e Canadá. E claro, fomos descobrir que não, quando chegamos no Canadá.

Seguimos em direção a cidade de Calgary, e pela estrada passamos por muitas propriedades agrícolas com lindos pastos com amarelos que não sabemos o que é. Uma pequena florzinha amarela cobria quilômetros ao lado da estrada.

Nosso combustível estava no final e localizamos um posto da rede Flying J que utilizamos muitos nos EUA, pensamos ser uma ótima opção não só para abastecer, mas também para dormir. Neste momento já vimos as diferenças aparecendo. As redes de postos aqui no Canadá não são nada parecidos com os dos EUA. Um posto bem pequeno, sujo, com terra e muito pó, a wifi não funciona direito e o processo nas bombas de gasolina são diferentes, na primeira tentativa bloqueou nossos cartões do banco americano. Enquanto eu conversava com a Janeh como iriamos resolver, um casal apareceu vindo do outro lado da bomba e perguntando se precisávamos de ajuda. Porém falando em português. Um sotaque meio estranho, mas deu para entender. Perguntei se eram brasileiros e falaram que não, eram canadenses, aprenderam a língua em Ontário, e moravam em Calgary. Ele acabou nos ajudando com o processo na bomba, que eu não entendi, mas conseguimos abastecer com outro cartão de credito. Agradecemos a ajuda e eles partiram.

Preferimos ir até Calgary e procuramos um dos 8 Walmarts da cidade. Chegando na cidade já ficamos assustados com a dimensão. Parecia que estávamos entrando em uma grande cidade em franco desenvolvimento. Muitos condomínios, gigantes, com muitas casas iguais quase que grudadas umas nas outras, lembrando bairros inteiros de Curitiba. Para nós que vínhamos há cinco meses nos EUA vendo loteamentos sem muro com casas longe uma das outras e grandes jardins, encontrar um lugar com uma casa grudada na outra deu vontade sair correndo. O trânsito muito mais parecido com outros países que já passamos, nada mais daquele povo cheio de regras onde quase todos respeitam tudo. Aqui o povo dirigi mais solto, meio Brasil. Ainda melhor e mais educado, mas muito mais solto, andam mais rápido, não param completamente nos stops, andam mais grudados, e são mais impacientes. Trocar de país é sempre uma troca de costumes. Tenho que me adaptar novamente. Mas faz parte do processo.

Encontramos o Walmart, e de cara já é diferente. O estacionamento menor, no estacionamento cheio de placas de proibido dormir no estacionamento. Não nos sentimos bem-vindos. Mesmo assim fomos ao supermercado pegar alguns suprimentos. De cara o preço mais caro, a wifi não funcionava, e o layout diferente. Estávamos acostumados que dos EUA você pode entrar em qualquer Walmart e as coisas basicamente estão no mesmo lugar, na mesma ordem. Não importa que estado você esteja, era como se estivesse no mesmo lugar. Isso pode parecer chato por um lado, mas muito fácil e prático por outro.

Olhamos pelo aplicativo que usamos do Walmart e descobrimos que das 8 lojas na cidade somente 2 permitem dormir no estacionamento. O acesso a essas duas não era fácil no meio do trânsito que teríamos que enfrentar. Descobrimos em outro aplicativo um posto Flying J. Dizia ser no mesmo padrão dos americanos. Resolvemos procurar esse e realmente pareceu muito semelhante.

Escolhemos um local e estacionamos. Um vizinho com um MH já veio falar conosco, seu nome, Mark. Muito simpático e falando já demonstrou e iríamos descobrir que essa é uma mudança básica dos EUA para o Canadá. Um povo mais leve e mais amistoso. Conversamos um pouco e ele disse que já estava ali há 4 dias. Depois de tantas coisas, fomos dormir.

Um problema com o radiador

Conversando com o Mark pela manhã, eu vi que o carro dele estava ligado em uma tomada. Ele disse que pediu autorização no posto e se eu quisesse deveria pedir também. Fui até o caixa e o funcionário disse que sim prontamente. Retornei ao estacionamento e movi nosso carro para uma vaga próximo a uma tomada. Essa decisão me fez observar que nosso carro apresentava um pequeno vazamento de alguma coisa e descobri que não era óleo, e sim água do nosso radiador. Olhei por debaixo e vi que várias áreas estavam molhadas, e isso dificultava o diagnóstico de saber se o vazamento era do reservatório, de alguma mangueira ou do radiador. Tentei em vão descobrir o local. Conversei com o Mark e ele disse que eu não me preocupasse, que deveria estar muito cheio e quando eu dei marcha ré vazou um pouco. Mas sinceramente olhando o carro dele, e as condições que ele vivia ali, realmente achei que ele não mexeria se fosse no dele. Porém ele não está indo para ao Alaska e nós estamos. Isso não pode ficar assim.

Deixei o carro ali em observação durante o dia para ver se o vazamento continuava mesmo com o carro parado e desligado. Falei com várias pessoas nos grupos de WhatsApp e as opiniões foram muitas, veja a bomba disso, olhe o retentor daquilo, coloque farinha no radiador, coloque pimenta no radiador, coloca ovo no radiador, e a sopa já estava quase pronta com a receita. Nosso amigo Jocemar de Brusque deu sua opinião e falou para que eu olhasse se não tinha alguma braçadeira solta.

Para eu ter acesso as mangueiras e braçadeiras foi necessário desmontar o filtro de ar e mais algumas coisas que estava na frente. E, na mosca, descobri uma mangueira saindo do radiador quase saltando fora por causa de uma braçadeira frouxa. Recoloquei e apertei a braçadeira. Já dei um reaperto nas outras e pronto. Vazamento cessado.

Assim o dia ficou mais tranquilo. Mas valeu demais a receita da galera para fazer a sopa com a água do radiador.Aproveitamos a internet do posto, ficamos ali mais uma noite e deixamos o trabalho em dia.

Conhecer o Banff e o Jasper

Dia de partir em direção aos parques, Banff e Jasper pela frente. Antes, uma passada em um Walmart comprar alguns suprimentos, abastecer água, fazer dump, e abastecer o combustível.

Fomos no local do dump primeiro, e enquanto fazíamos o processo descobri que não tinha água disponível em local algum do posto. Eles estavam com algum problema e pediram desculpas. Precisamos achar água pelo caminho.

Fomos até um Walmart e compramos umas batatas e água. Achamos tudo muito caro, deixamos para comprar em outro local o que restava.

Achar a saída para a rodovia intercontinental que cruza o Canadá de Leste a Oeste e que nos levaria aos Parques Banff e Jasper foi uma tarefa não muito fácil.

A cidade de Calgary está em franco desenvolvimento, de casas, empresas, condomínios, estradas, pontes e muitas obras pela frente. Logo chegamos a um ponto com um grande congestionamento devido a obras. Lentamente e com muita paciência passamos o ponto. Mais alguns quilômetros um novo congestionamento. Após uns dois ou três pontos assim percebemos que todos estavam indo na mesma direção como se fossem sair de férias ou para o final de semana. Porém ainda era quarta feita e todos estavam saindo?

Paramos mais uma vez para abastecer porque não estávamos certos que teríamos muitos postos pela frente e em busca de água nos postos também.

Chegamos a um centro de visitantes próximo a entrada do Banff com água e dump grátis. Dump já tinha feito no posto, somente carreguei o tanque de água. Pegamos algumas informações, a fome já estava batendo e fizemos nosso almoço por ali no estacionamento.

Descobrimos que o movimento todo nas estradas era devido a um feriado que se aproximava e muitos estavam saindo de férias de verão e antecipando a saída de final de semana. Estava tudo uma loucura.

Saímos em direção ao Banff, não tínhamos muita informação, apenas que a rodovia passa por dentro de parte do parque e depois segue em direção a Vancouver. Nesse ponto teríamos que pegar a direita e seguir. Uma rodovia muito bem cuidada, uma highway com belíssimas paisagens de montanhas e alguns lagos nada muito incríveis perto do que já vimos, mas um local que, a cada quilometro, se tornava promissor.

Rodamos nesse dia cerca de 280 km e já estávamos preocupados com a questão de abastecimento.

Uma coisa é certa, desde que saímos dos EUA, ouvimos muito falar que temos que levar combustível extra, e até pneus extra. E como ouvimos muito isso, sendo inclusive comum vermos os norte-americanos carregando em cima do carro ou atrás galões e mais galões de combustível, pensamos que eles podem estar certos. Porém os viajantes que estão no grupo de WhatsApp dizem que não levam, ou se um ou outro leva nunca usou. Então achamos que é muito cultural isso.

Paramos em um estacionamento e perguntamos para um casal se eles sabiam sobre o próximo abastecimento. Eles falaram que mais uns 60 km dentro do parque tinha um posto, depois somente na cidade de Jasper, mas que era tranquilo e poderíamos ir sem problemas de abastecimento. Ficamos mais tranquilos.

O que nos tirou a paz algumas vezes foi a grande quantidade de chineses novamente em todos os principais locais. Porque eles não respeitam as leis e acabam não seguindo a regra de conduta de viajantes. Nos grandes parques, nas grandes atrações, o que vemos são ônibus e mais ônibus de chineses, que passam na frente, entram na sua foto, tiram foto e ficam parados no ponto olhando no celular, falam rápido e alto, estacionam em qualquer lugar, e por aí vai. Quase impossível tirar uma boa foto de um bom ângulo sem um monte de chineses junto.

Antes na entrada do famoso Lake Louise, porém, não pudemos entrar pois as placas na estrada indicavam estacionamentos lotados e pedidos para não seguir naquela direção.

Enfim chegamos ao Columbia Icefield, um complexo com Informações turísticas, hotel, restaurante, museu e loja de lembranças. Quando chegamos demos de cara com um grande glacial, o famoso Glacial Athabasca, que desde 1918 vem derretendo e até o ano de 2030 se acredita terá desaparecido completamente. Porém ainda existe uma grande área de gelo glacial para ver visto, caminhado e visitado.

Sem saber ao certo se poderíamos estacionar por ali e dormir, fomos até um local e vimos que dois MH já estavam ali. E a regra do viajante é, se não tem placa dizendo que não, e já tem um ou dois, ficam três. Se para um para outro.

Foi engraçado porque eu desci e fui falar com um viajante e ele me disse: "eu parei porque eles pararam, apontando para outro casal e se vocês ficam eu também fico, combinado?" Eu respondi "afirmativo" e ficamos, mais uns minutos um casal da Noruega parou ao nosso lado e vieram fazer a mesma pergunta.  E assim foi ficando mais um e mais um até quase encher o local.

 

06/07 Caminhada ao Glaciar Athabasca - Video no Canal 

Pela manhã fomos ao centro de visitantes para ver o que tínhamos realmente para fazer por ali, porque quando chegamos no dia anterior o centro de visitantes já estava fechado. Uma caminhada até os pés do Glacial Athabasca era o mais indicado. Eles têm ainda um pacote onde você vai de ônibus até bem próximo do Glacial e depois pega outro ônibus com rodas especiais para ir até o Glacial. Ou então caminhar em grupos com guias até o topo. Nesse pacote inclui ainda outros passeios de teleféricos entre outros. Muito caro para nosso bolso. Fomos a pé mesmo, foram cerca de 5 km de ida e volta na boa.

O Glacial tomava toda a área que agora é o complexo de visitantes, as estradas, e hoje você caminha 5 km da estrada para chegar nele. Vimos ainda um filme no museu onde mostra o avanço do degelo e a diferença na paisagem.  Ao mesmo tempo que interessante é triste. A medida que caminhamos, placas sinalizam os anos e onde o glacial chegava. E realmente a velocidade do degelo é assustadora.

Retornamos ao carro e fomos fazer o almoço. Descobrimos que ao lado do centro de visitantes tem um grande estacionamento que deveria ser pago, mas não vimos onde e como pagar. Resolvemos ir estacionar lá. Um grande número de MH já estavam por lá e nós achamos o nosso canto. Acreditamos que o movimento era tão grande que eles acabaram perdendo o controle ou liberaram o local para que todos pudessem estacionar. Ali dormimos.

 

07/07 Explorando o Jasper

Dia de seguir em frente, porque quanto mais próximo do final de semana, mais lotado ficavam as estradas e o parque. Apesar de seus quase 300 km de extensão, é muita gente visitando os principais pontos.

Logo na saída já paramos para fotografar e ver a primeira queda d’agua bem próximo da rodovia. Depois mais um belo local com montanhas nevadas. O dia estava ótimo, nem quente nem frio, céu azul e clima maravilhoso.

Descobrimos que os chineses não saem cedo, e isso ajudou muito. Passamos o dia visitando vários pontos dentro do Jasper NP. Já tínhamos ouvido falar que o Jasper e muito mais bonito que o Banff, de menor extensão e beleza natural muito mais intensa.

No caminho a cidade de Jasper temos duas opções de estrada, seguir pela que vínhamos com o movimento de todos e ou seguir por uma paralela um pouco mais isolada, a antiga estrada.

Nossa escolha foi certeira, pois por ser muito pouco utilizada a bicharada fica mais exposta. Passamos e bem no acostamento um urso negro fêmea com dois filhotes comiam tranquilamente. Paramos o carro e retornei para poder apreciar. A emoção tomou conta de nós dois. Bem pertinho a mamãe ursa e seus filhotes ali soltos na natureza. Filmamos e fotografamos à vontade até eles entrarem na mata.

Quando estávamos parados um carro que parou atrás de nós e não podia ver nada, esperou um pouco e depois avançou parando ao nosso lado. O Toninho abriu a Janela e com seu inglês limitado disse: “Wait there´s 3 beers here”. “Há 3 cervejas aqui”. E o casal olhou para ele com cara de não entendemos nada e perguntaram: “What?” Eu falei para o Toninho: `”Amor, é bear (urso), não beer (cerveja)!” Ele falou de novo: “Oh sorry, 3 bears”, e o casal disse: “oh ok!”. Deram a ré no carro e ficaram atrás de nós. Rimos muito depois da situação. A língua, sempre um desafio!

Seguimos viagem e chegamos a cidade de Jasper e logo na entrada da cidade tínhamos um ponto de dump e água free. Paramos, tomamos um bom banho e recarregamos o tanque e fizemos o dump. Alguns pontos do app Ioverlander nos indicava locais para dormir free.

Fomos até o primeiro e não sentimos segurança em ficar. Um carro do Guarda Parque estava estacionado e vimos placas pelo caminho dizendo que não era permitido dormir na região fora das áreas demarcadas.

Seguimos até outro ponto e dizia não permitir estacionamento após as 23 h até as 5 h da manhã. Porém seguindo o instinto, ficamos. Mesmo quebrando a regra, era um estacionamento no meio da floresta e longe de tudo. Resolvemos arriscar.

Estacionamos e decidimos fazer uma caminhada pelo local. O Maligne River passa ao lado, um lugar muito bonito. Identificamos que se tratava de um ponto final de uma trilha que descia a montanha. Então, algo bem curioso nos ocorreu. Quando estávamos lendo as placas informativas das trilhas, dois casais se aproximaram de nós pedindo ajuda pois estavam perdidos. Pensavam estar no estacionamento que deixaram seu carro e se deram conta que não estavam. Porém não faziam a mínima ideia de onde estava o carro e de onde eles estavam. Como nós estávamos olhando os mapas, vimos que montanha acima tinham dois estacionamentos e provavelmente o carro estava em um deles. Eles eram da Itália e somente uma pessoa falava um pouco de inglês. Já tinham uma certa idade e falaram que estavam caminhando por mais de duas horas. Me ofereci para leva-los até os outros estacionamentos com nosso MH para ver se localizávamos seu carro. Eles aceitaram pois, a noite já iniciava e se não fossemos nós eles teriam que entrar na trilha e tentar achar o caminho de volta. Não foi difícil ajuda-los, pois somente existia dois estacionamentos mais. Fomos até o primeiro e não era, e logo chegamos no segundo. Encontramos seu carro e todos ficaram muito gratos realmente.

Retornamos ao nosso ponto de partida e dormimos ali.

 

08/07 – Trilha do Maligne Canyon (Vídeo no canal)

Acordamos e fomos fazer nossa trilha no sentido inverso ao que os italianos fizeram ontem. As paisagens nos encantaram principalmente quando se chega mais próximo do Maligne Cânion onde o lugar dá nome a essa trilha. As aguas de agora no verão correm em meio ao cânion, no inverno ficam congeladas dando início a outro tipo de turismo onde se pode caminhar por sobre as aguas congeladas e visitar dentro do cânion.

No verão os canoístas aproveitam para se aventurar descendo as suas corredeiras. Passamos por diversos lugares e à medida que subíamos em direção ao centro de visitantes aumentava o número de turistas. E mais comum a grande parte de turistas irem direto ao centro e descer apenas alguns metros, poucos fazem a caminhada completa.

Chegando ao topo a Janeh já estava bem cansada e teríamos que retornar o que levamos cerca de duas horas e meia para subir, ela ficou ali e eu retornei. Pegaria o nosso MH e iria busca-la. Fizemos um jantar ali mesmo no estacionamento enquanto víamos todos os carros partirem. Pensamos inicialmente em dormir ali, já que não havia nenhuma placa proibitiva. Porém mais tarde fomos em direção a um ponto no Ioverlander que muitos viajantes ficam. Encontramos a 14 milhas da cidade, e já estava começando a escurecer e estava bem cheio. Achamos um local para nós e passamos a noite ali.

 

09 e 10/07 – Tchau Jasper e Oi Hinton!

Quando acordamos, ao contrário de quando chegamos, já não havia muitos MH estacionados. Seguimos em direção a cidade de Jasper para fazer uma trilha e depois dar uma volta pela cidade. O dia não estava muito bonito para fazer trilha, e como ontem fizemos uma longa, estávamos um pouco cansados ainda. Mas mesmo assim subimos até um local para ver uma montanha. Porem eram tantos os pernilongos no local que nem tirar fotos estávamos conseguindo. Desistimos e regressamos para o MH.

O plano B era buscar uma lavanderia para lavar roupas na cidade. Assim aproveitamos e já demos uma volta pela pequena e turística cidade de Jasper. Muito simpática, porém cheia de placas de “Proibido overnight or parking de RV” por todo lado. Encontramos um local apropriado e caminhamos até a lavanderia. Como toda boa Laundry tem Wi Fi, essa não foi diferente. Já levamos os computadores e aproveitamos para atualizar algumas coisas.

Vimos muitas famílias de outros países, famílias inteiras lavando roupa. Em especial uma nos chamou a atenção, alemães talvez, uma grande família. Um casal com 6 filhos, e todos estavam lá ajudando a lavar muita roupa. Ocuparam quase que metade da lavanderia. Entre outras pessoas, eles dominavam. Lavaram, secaram, separaram a roupa e se foram, os 8 de uma vez, a paz voltou a reinar na lavanderia.

Saímos e após levar as roupas para o nosso carro, fizemos um almoço e saímos dar uma volta pela cidade. Tudo muito, muito caro. Olhamos algumas lojas e promoções, não compramos nada, pois promoção em cidade turística nunca é promoção.

Pegamos o carro e partimos para aproveitar o dia. Ao contrário de quando o dia amanheceu chuvoso e nublado, ele mudou. Antes de partir ainda fizemos mais um dump e pegamos agua free em um ponto próximo a entrada do parque. Seguimos em direção a cidade de Hinton. Fomos até o centro de visitantes para dar uma atualizada na internet e notícias para amigos e familiares. Pegamos mais algumas informações e fomos abastecer. No Ioverlander um ponto nos chamou a atenção pela recepção de um supermercado Freson Bros que tem no estacionamento uma grande placa dizendo, “Welcome overnight”. Além da wifi pegar no estacionamento, com uma placa de bem-vindo não tem como não ficar. Fomos conhecer o supermercado Freson Bros e já pegamos alguns itens que estavam faltando na dispensa. Dormimos por ali mesmo.

Decidimos ficar e atualizar os dias que ficamos sem internet e trabalhar um pouco. Dessa forma acabamos ficando o dia todo e dormimos mais uma noite no supermercado.

 

11/07 – Uma parada em Grand Praire

Partimos definitivamente agora em direção a Alaska Highway e com o desejo de chegar no Alaska mais vivo do que nunca. Até então nos sentíamos no Canada, porém o que queríamos ver no Canada era mesmo o Banff e o Jasper, que acabamos passando rápido e quem sabe um dia retornaremos com mais calma.

Sair da rodovia que leva a cidade de Edmonton e ver a placa indicando a direção da Alaska Highway deu um frio na barriga. A expectativa e sensação de ansiedade pelo que vamos encontrar é grande.

Ainda temos muitas milhas pela frente e nosso destino é a cidade de Grand Prairie.

Chegando a cidade vimos um parque O’Brien Prov. Park, um local teoricamente para passar o dia. Boa estrutura, com local para fogueira, lenha a vontade grátis, banheiros, amplo estacionamento e lindos jardins próximo ao rio. A placa era clara dizendo que o parque fechava as 22hs e abria as 8hs. Mesmo assim, decidimos tentar e ficar, se alguém viesse para fechar pediríamos autorização, se não dessem sairíamos. As 21:50 um guarda parque veio nos visitar. Perguntamos se poderíamos fazer nosso overnight ali. Ele foi muito simpático e disse que não porque realmente ele fecha os portões e se alguma pessoa ficar lá dentro e precisar sair em uma emergência não tem ninguém para abrir. Então nos sugeriu ir a outro local ali perto, próximo a uma ponte e próximo ao mesmo rio que passa no parque. Aceitamos e fomos até o local para dormir.

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