Retorno - Argentina

Argentina.. sempre linda!

E a entrada para a Argentina. Ali fizemos os trâmites todos juntos e, graças a Deus, estava bem vazia e tranquila.  As outras duas vezes que passamos estava bem cheia e foi demorado. Na Aduana Argentina retiraram os legumes da Janeh, que não gostou nem um pouco, é claro. Fora isso, tudo tranquilo. Já saímos da aduana ás 13 horas e fomos descendo e nos demos conta que aqui novamente o horário vai mudar. Ou seja, já eram 14 horas... Ops! Nós perdemos uma hora. Em onze dias mudamos de fuso três vezes! 

O Encanto de Uspallata

Fomos seguindo e aproveitando o dia que estava lindo, céu azul e agradável demais. Muito diferente de quando passamos as outras vezes. Dessa vez, muita pouca neve e clima bom. Seguimos até a cidade de Uspallata, que nos recebeu com tapete amarelo, linda, linda com clima de outono, perfeito! 

Ali decidimos procurar um camping e passar a noite. Buscando no IOverlander decidimos pelo Camping Municipal, não tem internet, mas parece bom. O lugar é lindo, e tínhamos aquele tapete amarelo de folhas para todos os lados que olhávamos. Três barracas e nenhum carro. Escolhemos o nosso espaço com água e energia e nos instalamos. 

Após tudo instalado fechamos o carro e fomos dar uma volta no centro, que é bem pequeno, Antes de sair, passei perto de um rapaz com uma barraca e perguntamos se ele falava espanhol e ele respondeu: " Only English or rrrrrrussian". Quase que cai na risada, me controlei, pois o russo dele foi com uns dez “R”. Conversamos rapidamente, ele veio da Rússia até o Rio de Janeiro e depois de avião até Santiago do Chile e está voltando de carona. Um viajante jovem e solitário. 

Chegando ao centrinho perguntamos onde poderíamos comprar carne, achar um wifi ou cyber café e ele nos falou que somente ás 17:30 h, pois todos estavam na hora da sesta. Que coisa horrível esse costume argentino, todo mundo dormindo (rsrs)! Saímos caminhando e esperando abrir o comércio. Ficamos passeando e esperando dar a hora.

Compramos carne, frutas e verduras e retornamos ao camping. Na recepção perguntei se tinha carvão e fui informado que ali só lenha, mas eles estavam desabastecidos e novamente saí para comprar lenha. Em cada barraca alguém estava tentando fazer fogo, assim como nós. Não sei se era a lenha ruim, ou o frio, mas foi difícil fazer fogo para a carne. Todo mundo estava tomando um baile, era só fumaça e nada de fogo ou brasa. Mesmo assim, depois de muito trabalho, assamos nossa carne. A Janeh fez uma maionese com pão e vinho.  

A Beleza e o Silêncio de Paramillos

Hoje a noite foi quente e fria. Lá por uma hora da madrugada estávamos com calor, mas depois, as sete da manhã, a temperatura chegou a 6 graus fora do carro e 13 graus dentro do carro. Ou seja, nada de sair de debaixo das cobertas! Somente as nove horas tomamos coragem e nos levantamos! 

Saímos dali para ir em direção a uma Viña que, segundo temos informação, é possível visitar e acampar. Logo na saída da cidade a Janeh falou que tínhamos outras opções por ali e fomos dirigindo e conversando. Rodamos mais alguns quilômetros e conversando falei a Janeh que existia um lugar a uns 30 km da cidade, porém sem rodovia pavimentada que nos levaria a um mirador com vista para o Aconcágua. Decidimos ir ver o lugar. Realmente são trinta quilômetros de cascalho e muita subida. Saímos de 1800 para 3000 em uma estradinha bem empoeirada. O Valente no final já estava quase entregando os pontos, mas nos levou e trouxe em segurança. 

O lugar é de um silêncio esmagador, somente o vento assobiando nas placas e nossas pegadas na terra soavam neste lugar. Visão ampla do Aconcágua, do outro lado uma cama de nuvem fechava o vale, lhamas ou guanacos, não sei ao certo, pastavam por ali bem tranquilos, sem se importar com nossa presença. Uma caminhada de uns 800 metros nos levava ao topo da mais alta via Crucis do mundo, do século XVII, feita pelos jesuítas, com o objetivo é unir história, a natureza e religião, chamada Cruz de Paramillos. Ficamos por ali um tempo simplesmente contemplando o lugar. Depois descemos toda a via Crucis.

O Incrível Azul do Dique Potrerillos

O horário já marcava perto das 14 h e a fome estava batendo, então descemos os 30 km de novamente na cidade de Uspallata compramos quatro empanadas de carne e fomos comer no carro. Após nosso almoço partimos em direção definitiva a Viña que vamos visitar e dormir se possível. No caminho de descida de Uspallata a Mendoza, uns 50 km abaixo, avistamos o Dique de Potrerillos. Um lago mais que azul, claro que com a ajuda do céu azul ficava uma coisa espetacular, e decidimos entrar para ver. Na beira do lago existe um camping do ACA (automóvel clube argentino), porém existe também uma grande área bem na beira do lago com área livre de camping. Sem estrutura alguma, mas como temos água e energia para um dia, resolvemos ficar ali mesmo. Muitas fotos, um pôr do sol nas montanhas com lago azul. E logo que o sol se pôs a temperatura caiu rapidamente. Infelizmente umas nuvens cobriram o lugar é não pudemos ter uma visão da noite com as estrelas.

À noite foi longa, o sol apareceu somente quando já eram quase nove horas. A temperatura mínima fora do carro ficou em 6,9 graus e dentro em 13 graus. Após nosso café, um bom papo arrumamos tudo para partir e achar a finca onde talvez esta noite vamos provar uns vinhos e onde vamos dormir. Amanhã seguiremos, talvez em direção a San Luiz. Porém nossos planos foram alterados logo nos primeiros metros quando encontramos outros acessos ao lago e um que nos levava até a parte alta do dique. 

Claro que foi imperdível e logo paramos, deixamos o Valente e saímos caminhar com as nossas máquinas para fazer fotos lindas do alto de um cerro com uma vista espetacular do lago.

Mendoza

Desde ponto não paramos mais. Saímos da Ruta 7, entramos na Ruta 40 e mais uns metros encontramos nosso camping Viñas de Vieytes, que descobrimos estar em meio a diversas fincas e era apenas um camping e não como pensávamos ser um camping dentro de uma finca. Mas tudo bem, o lugar é legal e decidimos ficar. 

O caseiro disse que somente nós estávamos e o camping era nosso, podíamos parar onde quiséssemos. Logo depois que nos instalamos começou a chegar outros carros. A razão é que hoje é quinta feira e amanhã sexta feriado do dia do trabalhador, dia 01/05. Ainda bem que escolhemos um lugar sem invadir outras vagas. 

Fomos tomar um banho quente no banheiro do camping e retornamos para o carro, a noite foi de um último vinho e pão e queijo. Aqui próximo a Mendoza tem sinal aberto de TV Digital e conseguimos pegar alguns canais locais e assim assistimos o jornal nos inteirando das notícias.

Dia de Visitar Vinícolas e Olivículas

Vamos ficar mais um ou dois dias e visitar uma ou duas bodegas de vinho e uma de produção e extração de azeite de oliva. Após o café estudamos o mapa que ganhamos aqui no camping com as diversas opções, fizemos nossas escolhas e nos preparamos para uma caminhada de uns 5 km de ida e 5 km de volta. 

Decidimos assim pois hoje é feriado e logo cedo começou a chegar muitos carros para uma festa e alguns para acampar. Não queríamos perder nosso lugar e então deixamos o carro montado e fomos a pé mesmo. A ida foi tranquila, passamos por outros vinhedos e apreciamos o lugar.

O primeiro ponto que escolhemos foi a Pasray, uma Olivícula, empresa de extração e produção de azeite de oliva, puros e com aromas como alho, alecrim, orégano e pimenta, além de frutas secas como uva passas e tomates secos e em pasta. Também possui uma linha de cremes e cosméticos. Foi um passeio muito interessante, pois aprendemos todo o processo desde a azeitona verde, virgem até o produto final. Pudemos fazer uma prova dos azeites e conhecer um pouco mais de como utilizar e combinar os azeites aromatizados. Ao final compramos alguns produtos por um preço muito bom.

Seguimos então pela rua a procura de empanadas e encontramos uma casa com uma placa feita escrita à mão com caneta: "Hoy empanadas".  Entramos e perguntamos se ainda tinham e naquele momento uma fornada estava saindo. Pediram 50 pesos para doze empanadas quentinhas. Compramos todas e saímos. Ali perto compramos um suco e nos sentamos na praça para degustar as empanadas. É claro que sobrou a metade para a Janta!

Retornamos então a Bodega para fazer nosso tour e degustação. Na recepção o rapaz que nos atendeu pediu para aguardar que estava chegando um grupo e poderíamos nos juntar a eles. Ele nos ofereceu uma meia taça de vinho orgânico Merlot e ficamos aguardando. Em uns 30 minutos chegou um grande ônibus com 68 jovens chilenos, já muito animados e esse era o "pequeno" grupo a que deveríamos nos juntar. Nos recusamos e dissemos que voltaríamos amanhã pois andar na finca com 70 pessoas, com um falando a céu aberto, não iríamos aproveitar nada. Eles disseram que poderia ser melhor assim, agradecemos e partimos para nossa caminhada de retorno de 5 km. A volta foi mais dura, mas chegamos. A Janeh foi dar uma descansada e eu escrever um pouco.

Visita a Bodega Trapiche e um Camping Encantador

Hoje teremos muitas atividades. Primeira atividade da lista, encontrar o Walmart, não foi difícil. O Walmart da Argentina nos lembrou, em muito, os americanos. Infelizmente coisa que não acontece no Brasil. Bons produtos, variedade, muitas marcas que encontramos nos EUA, e bom preço. O valor dos vinhos aqui beira ao ridículo de tão baratos. Chega a ser mais barato que nos freeshops nas fronteiras.

Fomos direto a Bodega Trapiche, que é muito conhecida no Brasil e costumamos consumir vinhos dessa Bodega. O GPS novamente nos guiou rapidamente e passamos por muitas outras bodegas na região de Maipu. Os prédios são lindos, hora modernos, clássicos e antigos ao mesmo tempo. Na entrada o guarda nos avisou que já tinham iniciado o tour e não poderíamos mais. Eu insisti em entrar no meio do tour e com uma ligação para dentro da recepção nos foi autorizado. Entramos e nos juntamos ao grupo e seguimos.

Ao final, fizemos uma degustação de três vinhos, sendo uma espumante entre eles. Depois ao final iniciamos o tour novamente com o segundo grupo e ficamos até a parte que entramos e por último assistimos o filme que é apresentado na introdução. Ou seja, nosso tour foi todo aos avessos, mas concluímos. Saindo dali já perto das 16:30h seguimos a outra bodega de vinhos orgânicos para tentar o tour e passar a noite.

Nossa opção já quase escurecendo era retornar ao camping que passamos a noite anterior que estava a 6 km de distância, ou procurar outro lugar. Busquei no GPS os campings próximos e a lista era grande. Escolhemos um e seguimos até o Camping de Caça e Pesca de Maipú. Seguimos dirigindo ao pôr do sol na cordilheira e em meio a muitas plantações de uva e azeitonas. Esse lugar é incrível, e nesta época do ano mais ainda. Encontramos o lugar e fomos muito bem recebidos por um senhor que somente nos alertou que ficaríamos sozinhos acampados, pois todos se foram. Sem problemas, assim teremos todo silêncio do mundo. O lugar é muito mais bonito que o outro. Um lago com gansos, patos e uma vista fantástica da cordilheira branca de neve.

A Despedida de Mendoza

Acordamos com vontade de ficar mais uma semana, porém não temos mais tempo, se ficamos aqui temos que correr depois. Acredito que a decisão de vir por essa direção e não descer no Chile foi a acertada. Vir a Mendoza nesta época do ano é linda demais.

Hoje, o sentimento de final de viajem amanheceu forte, tanto para mim como para a Jane. É um sentimento estranho e dá vontade de chorar e de rir de alegria ao mesmo tempo. Um sentimento de realização e de saudade. Não de quem ficou no Brasil, agora a saudade é de todos os lugares e pessoas que conhecemos, que fizeram parte deste ano louco que vivemos.

Chegaremos ao Brasil com sensação de final de ano, e não de início de inverno, tudo isso é muito esquisito. Vontade de ficar e não de voltar. Saímos do camping com a imagem da cordilheira ficando cada vez mais branca. Lá em cima já deve estar nevando a noite. O GPS nos mandava para um lado e eu ia para o oposto, só para dirigir mais um pouco em meio a tantos vinhedos e propriedades encantadoras.

Casa simples e antigas, famílias reunidas do lado de fora fazendo sua refeição de domingo juntos, clima de início de inverno, sol brilhando e céu azul. Dia perfeito para muitas fotos. O pé no acelerador não apertava, ao contrário, aliviava. Andando a 50, 40 km/h no máximo, tentando desfrutar desse momento mais e mais. Até que finalmente as vinhas foram diminuindo e ficando para trás, assim como a cordilheira que agora víamos somente no retrovisor. A chegada pela Ruta 7 a Mendoza com a vista para a cordilheira dos Andes é emocionante, e a saída é triste. Falamos um com o outro. "Não tem jeito, ficar hoje é só adiar o amanhã, depois temos que sair, e sempre fica mais difícil, então vamos em frente". 

O trânsito começou a ficar mais intenso, principalmente no sentido para Mendoza. E então seguimos nosso caminho. Chegando a San Luis encontramos uma ponte fechada e com um desvio, com uma péssima sinalização, mas seguindo o instinto conseguimos nos colocar na rota novamente. Saímos de Mendoza a 900 m.s.n.m e descemos a 300 m.s.n.m. e logo já estávamos subindo novamente a 1000 m.s.n.m. 

Chegamos a serra de San Luis, que tem seu cruze máximo a 2200 m.s.n.m. Buscamos um camping que está indicado no IOverlander e encontramos o La Serra El Volcan, logo o senhor Bernardo, um alemão muito simpático e falante veio nos receber. Mostrou onde nos instalarmos, me ajudou com a luz e disse que não cobraria nada. Podemos ficar ali quanto quisermos.

A Serra de San Luis

A Janeh preparou o café, mas percebi que ela está um pouco estranha hoje, meio angustiada e fechada. Por ela sairíamos hoje e nem conheceríamos nada por aqui. Mas insisti em conhecer a propriedade e ver os carros de outros viajantes que estão por aqui. O Bernardo guarda carros do mundo todo para os viajantes europeus em geral, que deixam seus carros aqui por até 8 meses enquanto retornam para seu país de origem para trabalhar e depois retornam para continuar viajando. Saímos pela propriedade caminhando.

O lugar onde estamos tanto no clima quente quanto frio sendo bem seco. Muita vegetação e não lhe falta nada. O lugar é bonito e seguro e está a 35 km de San Luis que tem uma infraestrutura bem completa, caso precise de algo. Pedi umas dicas sobre por onde seguir e ele me sugeriu seguir pela Ruta 8 até Rosário e depois em direção a Cólon para cruzar para o Uruguai.

Dique La florida

Nos despedimos e saímos para conhecer o lugar. Fomos até o localidade de Trapiche e depois ao dique La Florida. Um lugar fantástico, silencioso e com muitas áreas de camping gratuitas e para fazer um bom churrasco. Paramos à beira do lago e a Janeh preparou uma refeição deliciosa. Colocamos a mesa e as cadeiras na beira do lago e ali ficamos ao sol fazendo nosso almoço. Quem tem pressa em um lugar assim? Lago azul, clima agradável, silencio, céu azul sem uma nuvem e somente o barulho das águas batendo suavemente pequenas ondas no mato.

A Janeh estava ainda bastante emotiva e eu percebi e disse que ela precisava dar comandos a sua mente e viver o hoje. Não pensar na volta e nem no amanhã. Estamos indo bem devagar agora, sem pressa. Mas ela despencou a chorar e dizer que não queria voltar. Isso está fora dos planos. Temos que voltar e concluir nosso projeto. Depois é depois. O lema é viver um dia por vez. Na ida, os primeiros meses as crises eram minhas, agora são dela. Eu também não quero voltar a ter a vida que tínhamos no Brasil, mas estou certo de que temos que nos sentar depois de tudo e rever tudo o que foi feito e o que faremos nos próximos meses.

Saímos dali e retornamos então ao camping do Bernardo e novamente nos instalamos. Tomamos um banho no Valente e enquanto a Janeh preparava algo para comer eu limpei o banheiro. Depois jogamos algumas partidas de sequence e fomos dormir. Amanhã saímos em direção à Vila Maria.

Cruzando a Argentina...

Levantamos cedo e ajeitamos as coisas, nos despedimos do Bernardo e agradecemos a hospedagem. O Bernardo nos deu uma dica importante para seguir sem passar por San Luis. Saímos em direção à Vila Maria. Rodamos até Rio Cuarto pela ruta 8 fazendo uma linda viajem. Ali chegamos a 1008 km rodados desde o último abastecimento no Chile e conseguimos a incrível média de 12 km por litro! Acredito que foi a maior, e ainda tínhamos a reserva e um pouco. Bom saber que temos toda essa autonomia andando abaixo ou até no máximo 90 km/h.

Ali mesmo tomamos um café, já perto das 13hs, compramos umas medialunas e demos uma olhada na internet aproveitando a wifi do posto. Estávamos buscando um posto para passar a noite e não encontrávamos, pois nesta Ruta que liga Córdoba a cidade de Rosario todos os postos ficam em cidades ao lado da rodovia, sendo obrigado sair e buscar algum lugar. Não é permitido dormir nesta ruta também. Porém na altura de Leones, bem no meio da rodovia uma grande estação de serviço da rede YPF acabada de ser inaugurada estava ali parece que nos aguardando. Um ótimo lugar para passar a noite sem ter que sair da Ruta. Ali conseguimos água e WI-FI. Perfeito, escolhi um lugar tranquilo e ali passamos a noite.

O Encontro com Christian e Betina

Acordamos pelas 8:30 com o pôr do sol no campo próximo a rodovia, preparamos nosso café ao som da banda norte americana Dc talk, e muito animados saímos em direção a Rosário, para a concessionária renault, e aqui em Rosário parece que existe uma loja de reposição da Renault.

Mais uns quilômetros à frente avistamos um caminhão sem identificação, porém com certeza um desses caminhões da Alemanha rodando a nossa frente com os dizeres atrás: "Smile and the world will smile for you" (sorria e o mundo sorrirá para você). E imediatamente lendo isso eu disse a Janeh: vamos passar o carro deles e vamos buzinar e sorrir. Fizemos assim e fomos rapidamente correspondidos, porém não fizemos menção de parar e nem eles. Acreditando ser um carro da Alemanha, e rodando bem lentamente logo ficaram para trás.

Mais uns quilômetros e entramos na cidade de Rosário, onde fui em busca das peças que preciso, retornei e pegamos estrada deixando a cidade de Rosário. De volta a rodovia, agora em direção a Cólon, e ainda tínhamos um longo caminho pela frente, paramos em um recuo de caminhões para fazer nosso almoço. Passados alguns instantes, o caminhão alemão que vimos pela manhã passou e parou, creio que viu que já estávamos parados, então parou também.

Um casal Christian e Betina e suas duas cachorras. São da Alemanha e a 12 anos vieram para a Argentina e Chile e por aqui vivem de um lado para o outro. Conversamos um pouco e falamos sobre as coincidências e sobre nossos destinos. Todos estão indo para o Uruguai, nós por Cólon a Paysandu, eles de Gualeguaychú para Fray Bentos. Muito mais perto por sinal. A razão de irmos por Cólon foi que nos disseram que Fray Bentos estava fechada. Mas eles disseram que não, que está aberta. Bem então resolvemos todos ir juntos.

Como estávamos preparando nosso almoço eles seguiram e ficamos de nos encontrar mais à frente em algum ponto a uns 100 km. Foi fácil reencontrá-los, pois o caminhão é único, e estamos em um região de pampa, muito agrícola, e onde eles pararem, nós os veremos. Próximo a Gualeguay encontramos o caminhão estacionado fora da estrada e fora de qualquer propriedade, em baixo de muitas árvores com milhares de ninhos de loros, uma espécie entre o  periquito e o papaguaio, fazendo uma grande algazarra. Um lugar especial. Ali estacionamos e passamos a noite. O Christian e a Betina nos convidaram para um papo dentro do carro deles. Fomos as 20h e ficamos até as 23h contando histórias de nossas vidas e Viagens, mais um tempo especial. Eles viajam com as duas cachorras e amanhã precisam ir até Gualeguay para pegar uma permissão para entrar no Uruguai, e nós precisamos de uma internet para comprar o seguro Carta Verde que ainda não temos, e se a polícia nos pega sem, será problema na certa, e para entrar no Uruguai é certo que vão nos pedir na aduana.

Dia de Deixar Argentina

Acordamos cedo pois temos que dirigir até Gualeguay e pegar o comércio aberto – por conta da sesta. Eu e a Janeh saímos primeiro e ficamos de nos encontrar mais à frente. Jeison, nosso corretor e conseguir a Carta Verde. Ele inclusive fez o pagamento para nós pois estamos com dificuldade para fazer transações bancárias na internet. Levamos a manhã toda, mas deu certo. Fizemos uma impressão em papel verde para ficar bem parecida com o original e tudo fechou ao meio dia.

Reencontramos a Betina que estava furiosa pois não conseguiram o documento para as cachorras. Diante deste empasse eles pensavam em seguir até a próxima fronteira em Colón.  Nos despedimos e pé na estrada.

Seguimos para a Ponte Internacional que liga Gualeguaychú a Fray Bentos...

Leia mais em Diário de Fase I - Retorno - Uruguai.

 

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